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Esses caras ensinaram de forma lúdica a molecada preta a erguer o nariz e dizer, "sou negro, periférico,orgulhoso de minha raiz, sou inteligente, crítico e bem envocado. Eu sou gente. Quando olhar pra mim ou falar de mim nunca se esqueça disso" Assinado: Racionais M'Cs. Racioanais anos 20, veja texto na minha página Mosaico Negro Blogspot.
Racionais a indústria fonográfica
Será preciso pensar e estudar um pouco mais sobre a profundidade e significado da crise que afeta chamada Industria Fonográfica, mas via de regra os músicos-artistas somente tem controle da parte criativa do trabalho, ou seja, a concepção do repertório de um Cd e do show. Todo o resto fica nas mãos de executivos. E o que é este resto? É tudo que determina o investimento e seu retorno, quais sejam: distribuição do Cd, sua publicidade , a imagem do artista ( produto), inserção do produto final no rádio, na TV e agora na WEB, pagamento dos tributos, recolhimento de direitos autorais, venda dos shows, etc, etc e etc. Desde o Cd “Sobrevivendo no inferno”, os Racionais são seus próprios executivos e, e ao menos de 12 anos para cá detêm um rígido controle sobre sua imagem veiculada na grande mídia.
Os mais ingênuos artistas e grandes arrecadadores de direitos autorais embarcaram na fraudulenta campanha dos “Direitos Autorais”, orquestrada a por gravadoras e entidades igualmente fraudadoras, sem saber que parte do mercado de “piratas” era alimentado pelas próprias editoras, gravadora e distribuidoras de música como forma de fraudar os cofres púbicos e os próprios artistas.
Reza lenda urbana que Racionais bolou uma armadilha para os fraudadores de Cd em São Paulo: anunciou a distribuição do Cd Sobrevivendo para uma data X, nessa ocasião segurou a saída do disco original e acionou a Policia Federal, que no ato fez o recolhimento dos discos que já estavam nas lojas e camelôs. Resultado, os Cds que estavam nas lojas eram basicamente iguais aqueles a serem distribuídos. Moral da História: como a “pirataria” poderia ter um fonograma (gravação original das musicas do Cd) e capas e encartes exatamente iguais, sem que alguém de dentro do “sistema” tivesse fornecido?
Pode parecer pouco, mas artistas negros consagrados que eventualmente se viram caluniados (com razão ou não) pela mídia, pagaram um altíssimo preço por terem a petulância de obter visibilidade num país onde os negros ou são invisíveis ( mesmo quando multidões como nos eventos esportivos ou carnavalescos por exemplo) ou são estereótipos (me refiro a representações cinematográficas, em cidade de Deus e Cafundó, por exemplo). Não há meio termo.
Os Racionais tem uma forma altamente racionalizada de aparecer na Mídia, sem ser devorado por ela e sem ser vitima da super-exposição. Kljay já teve programa na MTV, Mano Brown na esteve no programa Roda Viva da Tv Cultura, mas o documentário mais essencial sobre o grupo que circula por ai, foi feito por eles próprios. Mesmo em episódios sórdidos como a acidente de carro na marginal ou incidentes de violência em um outro show são tratados com muita serenidade pelos integrantes do grupo. Será que aprenderam a fazer isso ouvindo a histórias de Tim Maia e Wilson Simonal, Henry Salvador e Ataulfo Alves, Jair Rodrigues e Milton Nascimento?
Algo que também chama atenção o universo da criação, produção e distribuição de REP é que tanto no Brasil como nos E.U.A os músicos-criadores, chegaram a posição de executivos das empresas que os haviam contratado ou mesmo criaram suas próprias empresas. Isso pode não parecer significativo, mas o meio musical foi um dos poucos espaços sociais na sociedade contemporânea brasileira e norte americana onde negros puderam disputar com brancos em relativa igualdade. justamente porque oa início tais atividades não gozavam do prestígio social.
Algo que também chama atenção o universo da criação, produção e distribuição de REP é que tanto no Brasil como nos E.U.A os músicos-criadores, chegaram a posição de executivos das empresas que os haviam contratado ou mesmo criaram suas próprias empresas. Isso pode não parecer significativo, mas o meio musical foi um dos poucos espaços sociais na sociedade contemporânea brasileira e norte americana onde negros puderam disputar com brancos em relativa igualdade. justamente porque oa início tais atividades não gozavam do prestígio social.
Salloma salomão Jovino da Silva