Quem Roubou quem? Ana Paula dos Santos Risos.
Quem roubou quem, São Paulo:Ciclo contínuo, VAI PMSP, 2011.Risos de escárnio. 80 páginas de chutes no escroto. Normalmente não leio poesias, acho que é porque sou fraco.
Tem poemas que me machucam, entristecem e desconfortam. Eu nem reivindico o direito de não ser alegre o tempo inteiro.
Poemas são quase sempre palavras belamente encadeadas para navalhar. Esses são assim, leio e não leio. Fico sondando, com medo e desejo.
Ana vejo pelos corredores da FSA, assiste aulas de ouvinte, ao invés de ficar em casa de noite, assistindo a novela com medo da rua. Por isso eu não tenho um pingo de inveja dela, a não ser pelos poemas. Nada sabia dela, apenas que é bonita, até ontem, quando vi seus poemas.
Essa mulher jovem e negra, porque se fez assim, tem um jeito lépido. Mas não se enganem os machos, não sairemos ilesos de suas páginas. Mullher menina negra, numa cidade que a nega, se construindo assim nas fimbrias das periferidas pau-listanas.
Poemas de dentro de casa, poéticas de parentes vivos e mortos, nos remete ao cemitérios dos vivos. Uma acidez do velho Lima nela, sem dó de si, nem de nós. Todos ali tem nome próprios, não sao personagens, nem atores. Nos poemas vemos suas carnes, rugas, tosses e fibras, vozes e fomes.
A cidade é uma cela bem grande, estamos confinados e apartados de nós. Os jovens que a comovem, também já tocaram em voce e ainda permabulam pela city, afrontando a assepsia racial das ruas ricas. Eles são ssombras nos faróis, sob o túneis, saindo dos buracos e vielas. Para nosso assombro ou conforto, eles habitam em nós.
A cidade é uma cela bem grande, estamos confinados e apartados de nós. Os jovens que a comovem, também já tocaram em voce e ainda permabulam pela city, afrontando a assepsia racial das ruas ricas. Eles são ssombras nos faróis, sob o túneis, saindo dos buracos e vielas. Para nosso assombro ou conforto, eles habitam em nós.
Lima menina, lima bem devagar o metal da existência, mas metal não sangra, homens de ferro são heróis, mesmo quando não são pais. Seus paus de ferro (dos homens) cospem fogo, iluminando a noite e eliminado vidas.
Lima menina, clara dos anjos, dos anjos de baixo, cutucando com espeto pontudo a zonas mais abissais da vileza máscula.
Poemas de céu e lua, lua metroplitana, lua insana vendo nosso desepero. Poemas de subemprego em supermecado, poemas de corpos jovens explodindo.
Poemas de sonho e sobrevivencia, Ana Paula Santos Risos não precisa de mim para nada. Tem um poema dela que me impede de seguir Ana-lisando.
Poemas de sonho e sobrevivencia, Ana Paula Santos Risos não precisa de mim para nada. Tem um poema dela que me impede de seguir Ana-lisando.
Homem pai que habita em mim, página 23.
Não posso sir além dessa página, eu paro sempre ali. Fiquei ali meditando as altas horas. Tenho filhas, meninas são ilhas, meninos oceanos. Homens são medidas do universo. Mesmo quando homículos dentro de casa, casa é universo, lugar de governo. Eu também sou macho, mas me machuca quando me vejo, ela me dá espelho que me mira. Meus olhos reentram em mim ( como queria Sartre em relação aos homens brancos em: Orfeu Negro)
Não é poesia, é lente de aumento para ver a vida. Não uma parte, mas as vidas todas passando lento. Sua objetiva consegue reter parte dela em forma de texto.
Não é um alento para ninguém é agressividade cadenciada.
Tudo lá, o irmão, o pai, a avó sem nome, a mãe que tosse( Empatia, pg 25).
Poemas de vida e morte e vida.
Anamo.teatro@gmail.com- Ana Paula dos Santos Risos
Olá! Passei por aqui para conhecer o seu blog. Tenho um blog sobre Áfria: rerida.blogspot.com
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