Ocupação Cultural. Aruanda
Na tradição do povo Ashanti do Gana, a Aranha (Ananse) é tida como o símbolo da
sabedoria, paciência e experiência. Sua teia representa a capacidade
construtiva que os seres humanos precisam para enfrentar desafios práticos e
existenciais. Esse projeto de residência artística se ampara nessa concepção
filsófica africana e ancestral, para propor uma forma contemporânea de
conectividade, convivência e intercambio artístico cultural entre diferentes
gerações escolares. Osvaldo Aranha foi um intelectual brasileiro de grande
renome na década de 1930-1940. Representou internacionalmente no Brasil na
Organização das Nações Unidas e teve papel importante no acolhimento de pessoas
de origem judaico perseguidas por regimes autoritários. O Osvaldo Aranha é nome
de uma das escolas mais tradicionais e antigas ada zona sul. Uma verdadeira referência
de escola pública voltado a formação humanista completa e de valorização da
diversidade, na região sul de São Paulo.
O conceito de residência artista foi elaborado
pela UNESCO e em larga medida utilizado por outras instituições voltadas para o
fomento de práticas culturais e artísticas, em torno do mundo. Consiste na
escolha de um local onde um conjunto de artistas se revezam para comunicar e
disseminar suas obras e suas metodologias criativas.
Podem ser escolhidos lugares públicos ou
privados, desde que as atividade disseminadas sejam acessíveis, gratuitas ou de
baixo custo de maneira tal que atinjam o máximo de pessoas possível e causando
impacto social.
A Escola Estadual Osvaldo tem um
histórico regional de ter abrigado inúmeras práticas culturais e artística na
cidade de São Paulo desde sua fundação como colégio Vocacional na década de
1960. Que memórias restam daquela escola pública onde se desenvolviam
competências técnicas, filosóficas e práticas em artes visuais, música, comunicação,
língua estrangeira, etc? Em que medida tal história da escola pública pode
servir de parâmetro comparativo para o
ensino escolar público atual?
Em que pese alguma crítica a uma herança
elitista do modelo vocacional, hoje parece importante mostrar a gerações
atuais, os importantes intelectuais e artistas cujas trajetórias escolares
foram marcadas por esta instituição. Mas, por onde andam estes ótimos
profissionais formados pelo Osvaldo Aranha? Que contribuições podem dar tais pessoas a novas gerações de alunos dessa
escola? Que padrões éticos de relacionamentos podem ser estabelecidos com
instituição de forma, que haja transparência e reciprocidade?
Ao completar 56 anos, Salloma objetiva
transformar sua experiência artística em uma legado público, que envolve
aprendizagens de diversas linguagens como literatura, dramaturgia,
musicalidade, corporalidade, cine-vídeo e teatro, além da construção de
instrumentos musicais. Salloma Salomão e
um ex-aluno do Colégio Estadual Osvaldo Aranha. hoje professor universitário e artista
conhecido internacionalmente, com passagens pela Guiné Bissau, França,
Portugal, Senegal e realizador de excursões artísticas e atividades acadêmicas e
formativas em diferentes regiões do
Brasil. Assessorias prestadas às instituições públicas: Universidade Federal de
São Carlos, Universidade Estadual de Santa Cruz (Bahia), Universidade Federal
do Acre e Secretaria do Estado da Educação de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Além das Prefeituras Municipais de
Osasco, São Paulo, Guarulhos, Rio Branco, Várzea Paulista, Suzano, etc.
Doutor em História Social pela PUC-SP,
Salloma é pesquisador visitante do Instituto de Ciências Sociais de
Universidade de Lisboa. Co-editor da Revista Sampa Mundi, tem sido consultor e
formador em processos de educação continuada para professores, em diferentes
instituições.
Seus textos autorais se encontram
publicados em revistas especializadas nacionais e internacionais sobre artes,
culturas e educação. Bolsita Capes, Cnpq e Sephis (Holanda) também foi ganhador
de prêmios de dramaturgia, em culturas
negras e diásporas africanas. Já prestou serviços de consultoria a importantes
instituições privadas como, Ação
Educativa, Instituto C&A, Natura Social, Rede SESC, Instituto Paulo Freire
e Instituto Cultural Itaú.
Justificativa
Ao longo da sua trajetória de educador,
pesquisador e artística, Salloma não apenas desenvolveu diferentes habilidade
pedagógicas, como também acumulou técnicas teorias e conhecimentos práticos
relacionados a música, literatura, vídeo, teatro e performance.
Outra habilidade desenvolvida pelo
proponente é capacidade para agregar diferentes talentos individuais e propor ações coletivas de formações e
reflexões artístico-educacionais-culturais para públicos e contextos sociais
diversos.
A proposta aqui apresentada de Residência
Artística Ananse- Salloma Salomão no Osvaldo Aranha, tem essa perspectiva a ser
propiciada. Ocupar o espaço da escola, concentrando atividades e vivências no
histórico anfiteatro Osvaldo Aranha. Durante
o mês de Agosto quando serão realizadas oficinas e espetáculos, com a participação
ativa dos alunos, professores e convidados,
culminando numa exposição das atividades realizadas naquele que é
período tradicionalmente dedicado ao folclore nas escolas.
O mês de Augustos, conhecido no ideário
popular como o mês do cachorro louco, será convertido num tempo de convivência,
sanidade artística e criação cultural.
Objetivos
O primeiro a objetivo a ser atingido é agregar
artistas e produtores culturais, para realização atividades formativas e
apresentações artísticas nas dependências da Escola Estadual Osvaldo Aranha.
Propiciar aos alunos formação artística-cultural de excelência no seu próprio
ambiente escolar.
O Segundo objetivo é apresentar a
história e memória escolar do Osvaldo Aranha, como um legado efetivo da
educação pública, mostrando de forma exemplar, como os ex-alunos foram
impactados pela formação adquirida nessa em unidades escolares públicas.
O terceiro e último objetivo é gerar
recursos e destinar 70% para os artistas envolvidos no porjeto, uma vez descontados
os custos de equipamentos, divulgação e trabalho dos profissionais envolvidos
nas oficinas e apresentações musicais.
Consideraçoes
gerais
Todo equipamento técnico como
instrumentos musicais , câmeras, computador, telão, projetor para oficinas e
apresentações serão fornecidas pela equipe do projeto. Os horários, locais e
dias das oficinas serão previamente definidas como os professores acompanhantes
e alunos colaboradores.
O período de ocupação ou residência
durará apenas uma semana. Havendo
cobrança de bilheteria, um funcionário da escola poderá acompanhar o procedimento,
auditando os valores recebidos, para posterior divisão entre escola e proponente.
Objetivamos atingir 800 alunos em oito
oficinas presenciais. 1000 alunos nos espetáculos, 1500 alunos na exposição do
resultados e trabalhos realizados nas oficinas práticas. Total de alunos
atingidos diretamente 2.300. Também temos expectativa de atingir 10.000 pessoas
via rede web. Totalizando um público de 12.300 pessoas direta e indiretamente.
Uma equipe de 20 profissionais artistas e
educadores estarão diretamente envolvidos na realização das atividades.
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