Muito
chão, fumaça, fuligem nos olhos e pulmões e lama/chorume nos pés. Mas, todo
dia, todo mês, todo ano um novo começo e tropeço. Presidente entra e cai, gente
morre e nasce, uns partem pra longe, outros bem perto em silêncio. Quem
perseguiu o paralama do sucesso e só achou beleza na queda do fracasso? Quem
cismou com uma bandeira velha e fez dela um estandarte, uma mortalha, ou uma
toalha de mesa?
Quase sempre "O amor mal feito e depressa". Quem se
colocou na defesa daquilo que era bem maior e o mais digno? Não todo dia,
sentar no meio fio e prantear só. Ministro, deputado, senador da república ou
inspetor de alunos altamente alfabetizado. Pra quem se deve ligar quando se
recebe a notícia que um irmão morreu? Quem se deixou ficar numa escola pública
sustentando o mundo nos ombros? Andou de braços dados com manos e manas no meio
dos escombros e corpos insepultos, quem? Se chorou, em silêncio obsequioso
dançou em festas fúnebres, em lugares lúgubres e carnavais eivados de morbidez
e solidão. Quem já foi a bola da vez, mas no dia certo não acordou, não foi,
não deu e nem viu o brilho do ouro, a cor do metal mais vil. A amizade é um
amor mais largo, um bem que lume no escuro, e que não precisa registro.
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