O fenômeno cultural dos Home Studios.
A despeito da crise sem precedentes que vitimiza as grandes gravadoras, a produção musical brasileira vive um verdadeiro festival de criatividade. Artistas e músicos desconhecidos do grande púbico fazem carreiras consistentes dentro e fora do Brasil. Principalmente conseguem gravar discos com baixo custo e alta qualidade em estúdios pequenos ou domésticos, explorando os limites da tecnologia de gravação e manipulação digital de áudio.
Muitos músicos e técnicos têm seus pequenos estúdios em casa, ou mini-estúdios para prestação de serviços. Apesar de espaços pequenos, estes home-studios possuem bons microfones para captura de sons, nem sempre convencionais, e ótimos arranjadores formados pelas melhores escolas e universidades, inclusive fora do país, (até mesmo pela Berkeley). A eles somam-se técnicos experientes, alguns dos quais recentemente demitidos dos grandes estúdios e pelas equipes de artistas de renome, que atingidos pela crise, resolvem seus problemas com a contenção de gastos.
Embora não seja algo exclusivo dessa região da cidade de São Paulo, ao que parece, a zona sul possui uma grande concentração de Estúdios desse tipo. Alguns possuem fatos e detalhes curiosos como historiador e músico mineiro Salloma Salomão. Radicado em São Paulo desde a década de 1980, ex-engraxate que se doutorou em História pela Puc, um detalhe folclórico ser engraxate? Já estudou na Universidade de Lisboa e viajou pela África e Europa pesquisando música africana e afro-brasileira. Além disso, ele cria, coleciona e produz seus próprios instrumentos utilizados nas gravações.
Salloma fez toda sua pré-produção em seu home-studio e nas casas dos amigos, agora está finalizando seu quarto disco. Além disso, possui selo próprio, que se prepara para distribuir no Brasil dois artistas brasileiros que vivem na França desde a década de 1980, um Griot da Guiné Bissau (músico-memorialista tradicional da etnia mandinga) que reside em Lisboa. Quem é o outro músico? Braima Galissa. Salloma está se associando a outros produtores para lançar vários outros artistas da Zona Sul, que ele considera um dos seleiros musicais brasileiros desse início de século, justamente por permitir produções baratas e de qualidade.
Salloma tem na música sua principal atividade, atualmente com mais de 10 mil discos vendidos, também trabalha como pesquisador; ministra cursos, workshops, palestras; fornece consultoria para órgãos públicos e empresas privadas como editoras e Ongs, enfocando temas relacionados a música e presença cultural africana no Brasil e à História da África.
Nessa empreitada Salloma conta com colaboração de técnicos, designers, músicos, compositores e artistas como Gugha Fischer (Casa-Estúdio e Voice), Osmar Santos (Brasil 2000 e Casa–Estúdio), Maga Lieri (Casa-estúdio), Edu Schultz (Casa –Estúdio, Pingo no í) , Plínio Secanechia (Estúdio da Vila), Alê Gálio (Casa-estúdio), Marcelo Mutanem Tai (Casa-estúdio), Bob de Souza (SESC e Casa-Estúdio), Wilsinho (Técnico Charlie Brown Jr. e Casa-Estúdio) Claudinei Domingues (Max Design), Zé Brasil (Casa estúdio).
Na zona sul, Grajaú, Primavera, Vila São José, no início dos anos de 1990, aconteciam experiências em casa-estúdio como a de Theo Ponciano, nos Estúdios de Ensaio como dos Grupos como Lixo de Luxo, Na Corda Banda, Banda NEM, Salada Mista e vários outros. Além de Salloma, vários de seus amigos como Theo Ponciano, Osmar Santos, Jair Caminha, Ângelo Flores, Plínio Secanechia e Marcelo Tai, tornaram-se verdadeiros magos na alquimia das cozinhas-sonoras das casas-estúdio.
O fenômeno dos circuitos alternativos e dos Home-Estudiostêm sido estudados(excluir o s, pois trata-se de fenômeno) por pesquisadores (ligados- substituir por atentos) às mudanças do mercado do entretenimento. Ao que tudo indica é apenas o sintoma do (excluir) início de uma grande revolução cultural desencadeada pela globalização( substituir por mudanças) tecnológicas e fomentado especialmente pelo acesso cada vez mais democrático aos sistemas digitais (softwares e hardwares) de gravação e tratamento de áudio.
Vários desses artistas acreditam que qualidade de vida tem a ver com a qualidade das relações interpessoais; e qualidade da produção cultural tem a ver com liberdade de criação. Alguns se apresentam em pocktes-shows, outros atuam em saraus para grupos de 50 pessoas, às vezes residências desativadas e pequenas salas da cidade, mas normalmente são espaços escolhidos a dedo.
Um detalhe que chama a atenção é existência de laços duradouros de amizade e colaboração entre os artistas. Ao que parece a fórmula encontrada por eles consiste principalmente em baixa ansiedade para entrar no mercado, dedicação, pesquisa, experimentação, liberdade de criação, sustentabilidade da carreira e boas doses de amizade e tecnologia digital.
Estou empenhado na divulgação do meu novo trabalho musical: Aurora Negra: Cantos e batuques de força , fé e diminutas folias.
O Cd, reflete minhas pesquisas estéticas e históricas ao longo da trajetória e aponta para o futuro, ou para, reais possibilidades de engajamento em torna das lutas negra no Brasil atual. Trabalhei durante um ano e meio, em casa (Mocambo Digital), com um grupo heterodoxo e talentoso de músicos, predominantemente jovens, da cena paulistana. Em termos de sonoridades refizemos caminhos já percorridos em torno de referências africanas da costa ocidental, utilizando marimba, tihumba, djembês, batas, ngonis, koras, para compor texturas de timbres e tramas rítmicas. Também experimentamos tecnologias digitais de ultimas geração e combinamos timbres “puros” com samplers em algumas canções. Em termos da temática poética retomamos as expressões do atlântico negro cada vez mais adequado ao painel da lusofonia a africanizada. Daí letra de Luis Gama, canções de tsungos mineiros e evocações de São Benedito. As células africanas matrizes de congos, jongos e maracatus e cocos atravessam os temas melódicos de ponta- a-ponta. O canto mais fiel e maduro.
Para tanto conto com time de primeira grandeza: Carlos Caçapava- Percussão, Guilherme Prado-Cordas, Elias Souza – Trompete, Wellington Bernado- Trombone, Célio Izidorio- Baixo, Jéssica Evangelista- Flauta, Felipe Rossi – Cordas e Giovani Diganzá- Cordas.
Debora Marçal- Figurino.
São 14 canções autorais e um espetáculo de 90 minutos.
https://myspace.com/sallomam
https://myspace.com/memoriassonorasdanoite
http://mosaiconegrobras.blogspot.com.br/
http://aruandamundi.ning.com/
http://aruandamundi.com/c,...
Estou empenhado na divulgação do meu novo trabalho musical: Aurora Negra: Cantos e batuques de força , fé e diminutas folias.
O Cd, reflete minhas pesquisas estéticas e históricas ao longo da trajetória e aponta para o futuro, ou para, reais possibilidades de engajamento em torna das lutas negra no Brasil atual. Trabalhei durante um ano e meio, em casa (Mocambo Digital), com um grupo heterodoxo e talentoso de músicos, predominantemente jovens, da cena paulistana. Em termos de sonoridades refizemos caminhos já percorridos em torno de referências africanas da costa ocidental, utilizando marimba, tihumba, djembês, batas, ngonis, koras, para compor texturas de timbres e tramas rítmicas. Também experimentamos tecnologias digitais de ultimas geração e combinamos timbres “puros” com samplers em algumas canções. Em termos da temática poética retomamos as expressões do atlântico negro cada vez mais adequado ao painel da lusofonia a africanizada. Daí letra de Luis Gama, canções de tsungos mineiros e evocações de São Benedito. As células africanas matrizes de congos, jongos e maracatus e cocos atravessam os temas melódicos de ponta- a-ponta. O canto mais fiel e maduro.
Para tanto conto com time de primeira grandeza: Carlos Caçapava- Percussão, Guilherme Prado-Cordas, Elias Souza – Trompete, Wellington Bernado- Trombone, Célio Izidorio- Baixo, Jéssica Evangelista- Flauta, Felipe Rossi – Cordas e Giovani Diganzá- Cordas.
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