Satranga (Ourival Carolino) de Lima. Cantor a compositor afro brasileiro radicado na França desde a década de 1980. Gravou 4 Cds e 2 Dvds participou em peças de teatro, programas de tvs e excursionou por França. Belgica, Holanda, Canadá. Saiu do bairro do Valo Velho na periferia sul de São Paulo, em 1982 com um violão Del Rey nas costas e viajou de carona até a Guiana e de lá para Martinica, depois Paris.
Em 1988 fundou um atelier em Montreal para trabalhar com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Seus temas poéticos musicais desde sempre foi a afetividade entre homens e a negritude. Desde 2000 trabalha com pintura e fotografia entre Paris, Montreal e Toronto cumprindo um auto exílio forçado, em função da intolerância comportamental que criminaliza homens não héteros no Brasil.
Dia desses brinquei com uma amiga muito doce e inteligente sobre o que nos atormenta mais, se e ação de kronos sobre nossas células ou sobre nossa consciência. Imagino que minha existência não seria a mesma se não tivesse encontrado Satranga (Ourival) de Lima (1980) .
Me ensinou muito mais do que seria capaz de apreender. Foi o primeiro a lançar a ideia de intolerância comportamental ao falar de sua condição de exilado, por entender que sua vida estaria sempre em constante perigo no Brasil, em função de sua estética e dos seus afetos. Saiu do Brasil de carona e com um violão e uma mochila no ombro tomou o rumo norte e aportou no Suriname, de lá para Martinica e chegou "casado" à Paris.
Tornou-se cidadão francês e posteriormente migrou para Canadá ainda em fins dos oitenta. Atuou como professor de dança e coreógrafo, músico e ator de teatro. Gravou tres Cds e participou de turnês pela Europa e Canadá até meados de 2000. Antes que temática LGBT tomasse sua atual proporção comercial compunha quadros, cenas e espetáculos que combinavam um discurso afirmativo negro e sensibilidades homoafetivas.
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