SILVA, Salloma Salomão Jovino da. Bio-caminho

salloma Salomão Jovino da Silva, "Salloma Salomão é um dos vencedores do CONCURSO NACIONAL DE DRAMATURGIA RUTH DE SOUZA, em São Paulo, 2004. por dez anos foi Professor da FSA-SP, Produtor Cultural, Músico, Dramaturgo, Ator e Historiador. Pesquisador financiado pela Capes e CNPQ, investigador vistante do Instituto de Ciências Socais da Universidade de Lisboa. Orientações Dra Maria Odila Leite da Silva, Dr José Machado Pais e Dra Antonieta Antonacci. Lançou trabalhos artísticos e de pesquisa sobre musicalidades e teatralidades negras na diáspora. Segue curioso pelo Brasil e mundo afora atrás do rastros da diáspora negra. #CORRENTE- LIBERTADORA: O QUILOMBO DA MEMÓRIA-VÍDEO- 1990- ADVP-FANTASMA. #AFRORIGEM-CD- 1995- CD-ARUANDA MUNDI. #OS SONS QUE VEM DAS RUAS- 1997- SELO NEGRO. #O DIA DAS TRIBOS-CD-1998-ARUANDA MUNDI. #UM MUNDO PRETO PAULISTANO- TCC-HISTÓRIA-PUC-SP 1997- ARUANDA MUNDI. #A POLIFONIA DO PROTESTO NEGRO- 2000-DISSERTAÇÃO DE MESTRADO- PUC-SP. #MEMÓRIAS SONORAS DA NOITE- CD - 2002 -ARUANDA MUNDI #AS MARIMBAS DE DEBRET- ICS-PT- 2003. #MEMÓRIAS SONORAS DA NOITE- TESE DE DOUTORADO- 2005- PUC-SP. #FACES DA TARDE DE UM MESMO SENTIMENTO- CD- 2008- ARUANDA SALLOMA 30 ANOS DE MUSICALIDADE E NEGRITUDE- DVD-2010- ARUANDA MUNDI. Elenco de Gota D'Água Preta 2019, Criador de Agosto na cidade murada.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

LEVANTE MULHER 3

Naruna Costa em Buraquinhos na tela da Irmandade.


Ela fez muita coisa nesses anos que nós a acompanhamos. Na descida do morro lado esquerdo do Taboão para a beira do córrego Pirajuçara quase nunca andou de salto alto e fino. Seus pés são pranchas de deslizar em águas que transbordam. Mas, seus veículos de deslocamento em espaço inóspitos são sua voz, braços e mãos. Inteligência aguda e seca. Com tais armas, ela entra e sai bem de qualquer sinuca. E quando não podemos apalpá-la nas magrezas, basta ler na tela suas pálpebras alquebradas e costelas sob a pele fina e preta. Ela é muita treta. E escureceu por dentro na medida em que foi tisnada e denegrida na rua e na beira do córrego que deságua na USP.


Afoíndia digna arriba toda nossa larga família cantando e semeia versos, sustentando vergas. Não é de carregar cruzes que lhes são impostas, mas tem lá seus sacrifícios suspensos e diminutos pecados. Agora na tela da tv e smartphones, não mais sem fala. Tá tudo lá: olhos, boca, tetas, testa proeminente e lisa, nariz, cabelo, imagens de couro corpóreo. E textos cheios de buraquinhos. Irmandade Netflix. Embora sejam as mesmas narrativas de sempre, nós precisamos vender nosso trabalho para os homens brancos dos bancos e das empresas para entreter. Nesse ponto não cabe ilusão, nem tolices de empreendedorismo sem recurso financeiro. Nosso trabalho é nossa criatividade e nossa inteligência limpa. Tem por esse fato novo, algum deslocamento ascendente no sentido da autonomia. Ou de subir para alcançar o poder da escolha. Saber dizer sim, saber porque dizer não. Não é representatividade porque é pouco. Porém, deve haver algum propósito nessa nova etapa, onde a mídia branca já não pode mais nos enredar nas suas teias de estereótipos e estigmas eternos. Tomara seja um bom agouro.
























No roteiro não há que novidade.. Nós nem queremos saber disso. Tempo há que tento puxar na memória em que momento a estética de Glauber foi substituída pela de Padilha. Talvez tenha havido uma passagem em Hector Babenco. Mas realmente tenho dúvida. Glauber e Babenco ainda nos deixavam entrever alguma dialética, algum afeto, alguma crítica as elites e antes que fossemos configurados definitivamente como os inimigos naturais. Gente perigosa, maus e violentos por Padilhas e Afins. Nós os “Inimigos de porta adentro”. Cujas vidas quase nada valem quando estamos fora do nosso distrito de trabalho, sem salvo conduto.
Naruna Costa é atriz de teatro, televisão e cinema. Composição musical, cantorias e estripulias dramatúrgicas.










 Mas há uma coisa bacana no triângulo dos 3 irmãos. Há uma estranheza na adequação do corpo, da postura do Seu Jorge...na paisagem social do filme... São Paulo ...anos 1990....acho realmente louvável essa tentativa de contar uma história de gente pobre e preta...pode ser pura implicância...de homem velho e rabugento que acha que os brancos nos roubam até nossas narrativas..... Mas vamos falar de você e sua interpretação fora da sua caixa preta e segura. Você mais contida... Com a voz assentada na primeira pessoa do singular....com registro médio. Muito charmosa naquela roupa. Até nas cenas em que dirigiu e estacionou em cima da guia.... Uma fotografia que favoreceu o escurecimento leve do seu tom de pele. Segura, altiva e cheia de nuances.




sábado, 13 de junho de 2020

REPRESENTAÇÕES E ESTEREOTIPIAS NEGRAS CRUZAMENTOS (IM)PROVÁVEIS ENTRE O FOLCLORE HOLANDÊS E O TEATRO PAULISTA



https://revistas.pucsp.br/revph/article/view/27129


REPRESENTAÇÕES E ESTEREOTIPIAS NEGRAS CRUZAMENTOS (IM)PROVÁVEIS ENTRE O FOLCLORE HOLANDÊS E O TEATRO PAULISTA

Salomão Jovino da Silva, Patricia Schor

RESUMO


Autores: Salloma Salomão Jovino e Patricia Schor.

Resumo: Versa sobre culturas negras e a emergência de protagonismo socioculturais em torno de novas formas de ativismo negro e antirracista em São Paulo e nos Países Baixos. Levanta questões sobre permanência de regimes de representação racializada e estereotipias raciais em diferentes geografias do colonialismo. Aproxima e procura singularizar estratégias de lutas por cidadania e representatividade em diferentes quadrantes da sociedade contemporânea.  Toma o fenômeno conhecido como Blackface em duas sociedades onde se podem verificar diferentes formas de ativismo negro e busca reconstruir a historicidade do racismo antinegro como desdobramento do colonialismo e suas dinâmicas e permanências na longa duração, em dois pontos que cruzam o Atlântico.

Summary: This article focuses on urban black cultures and the emergence of novel socio-cultural practices around black anti-racist activism in São Paulo and the Netherlands. We raise questions about the resilence of racialized regimes of representation and racial stereotyping in different geographies of colonialism. We then zero in on strategies of struggles for citizenship and representation in different realms of contemporaneity. The article presents an analysis of the phenomenon known as Blackface in two societies where different forms of black activism are found. It seeks to reconstruct the historicity of anti-black racism as the unfolding of colonialism, revealing its mechanics and continuities in the long run, in two points crossing the Atlantic.

PALAVRAS-CHAVE


Negros e negras, racismos, diversidade, blackface, antirracismo, cidadania, Brasil e Holanda.







Este breve ensaio visa confrontar a construção da alteridade negra herdada dos colonialismos europeus, enfocando nas performances dos corpos negros na cultura nacional. Esta reflexão estará alicerceada em casos concretos da contemporaneidade. Tomamos como ponto de partida a reflexão pontual de Salloma Salomão Jovino da Silva no debate sobre o blackface em peça de teatro a ser encenada pelo Grupo Os Fofos. O evento deu-se a 12 de Maio de 2015 no Instituto Itaú Cultural de São Paulo, com a presença do grupo, assim como de intelectuais/ativistas negrxs. Esta reflexão serviu de convite à colocação, que faremos a seguir, de pontos comparativos com a prática do blackfacing nos Países Baixos, dada a dimensão do fenômeno naquele país e a saliência e eclosão da crítica antirracista ao mesmo nos recentes anos. Esta reflexão faz-se ainda relevante sendo que há, entre estes pontos geográficos distantes, Brasil e Países Baixos, histórias entrelaçadas banhadas no oceano Atlântico, que nos junta-separa.
Ainda, este número dedicado a Stuart Hall nos serve de licença para pensar o que o autor cunhou “regime de representação racializada”3 que também caracteriza o blackface, nesta ampla geografia da diáspora africana. O ensaio fecha no território do teatro brasileiro. Conquanto Hall tenha vivido e refletindo em uma condição e situação diferentes da nossa, guardamos com ele o fato de sermos herdeiros de sociedades coloniais e seus desdobramentos contemporâneos. No caso brasileiro tem sido extremamente difícil ao seguimento negro fazer valor o da diferença, uma vez que o discurso de identidade nacional funciona como ordenador da realidade em que, um seguimento social ao se pronunciar negro, dispara automática e imediatamente a rede discursivo-ideológica da brasilidade unívoca. O mito da brasilidade tem sido tramado e ressignificado desde o início do século XIX, mas adquiriu novos contornos na atualidade devido às crescentes demandas sociais, políticas e, sobretudo, culturais das populações indígenas e de origem africana. O evento supracitado tomou forma de resposta corporativa do Instituto Itaú Cultural de São Paulo à rejeição pública - por iniciativa de Stephanie Ribeiro via as mídias sociais - ao blackface nesta peça, primordialmente por negrxs brasileirxs. Segundo Salloma: em função desse evento, a classe artística e intelectual branca paulista foi impelida a participar dos debates sobre raça, racismo, etnia, identidade e sociedade em rede no Brasil. É importante lembrar que há uma história que precedeu e informou este evento. Em 1969, após Wilson Simonal lançar a canção “Samba do Crioulo Doido” de Sergio Porto ou Stanislaw Ponte Preta, no Rio de Janeiro, um grupo de artistas ativistas negrxs lideradxs pelo 
compositor Martinho da Vila, reagiu delicadamente. Elxs entenderem que o conteúdo sofisticado da canção construía uma imagem negativa do compositor e do sambista negro. Criaram um anti-evento chamado “Nem todo crioulo é doido”, redigiram um manifesto público, no qual refutaram toda forma de estereótipo racial antinegro, e abriram um debate quase mudo sobre este aspecto silencioso e cruel da sociedade brasileira. Grosso modo, a canção joga com a projeção imagética degradante de um compositor negro que, ao ser desafiado a compor um samba com teor histórico sobre a política nacional, enlouquece e, misturando tempos e personagens da História Oficial do Brasil, gera um samba sem sentido. A canção parodiando um enredo de escola de samba tornou-se bastante conhecida, mas o evento que o contestou não e, desde então, quando se está diante de algo que parece mal feito, mal organizado, ou de alguma ideia sem pé nem cabeça, a designação racista “samba do crioulo doido” emerge naturalmente. O fato de que a linguagem anda de mãos dadas com o racismo sistêmico e o (re)produz, é notório. Este casamento deu-se tanto nas sociedades coloniais assim como nas antigas metrópoles. Em ambas, as línguas estão permeadas pelo medo do negro, que produz termos lingüísticos associados à rejeição e ao escárnio. No artigo Ordem Branca, Egbert Alejandro Martina e Patricia Schor (2016) analisam a associação entre a cor preta e sujeira - a partir de argumento de Frantz Fanon - e, por extensão, ao termo “estrangeirx” (ou “não-nativx”) nos Países Baixos, sendo que x negrx é, invariavelmente, identificadx como sujeito/objeto estranho ao corpo (branco i.e. limpo) da nação.
Nesta gama de termos racializados, é o que está associado ao burlesco que escapa à qualificação de racista. O humor, uma eficaz ferramenta de cristalização da hegemonia através da solidificação da categoria do “normal” e portanto, aceitável ou passável, sugere, insiste, impõe a ideologia do racismo antinegro em todos os quadrantes geográficos decorridos da cultura colonial. Afinal o que é loucura endêmica dxs negrxs (“doidxs”) mestiçxs, senão sinal mais potente da degeneração, tal como pressupunham xs racialogistas? O desajuste social mental associado à raça negra, e em particular à mulher negra, havia ingressado em todos os tecidos da criação (Gonzaguinha ainda teria tematizado uma “Negra maluca desfilando nua pelas ruas de Madureira”, nos anos 1970). Os manicômios brasileiros do século XX, e xs médicxs/antropólogxs que os criaram e dirigiram, tem muito a nos dizer sobre racismo e cultura negra, por exemplo: Ulisses Pernambucano, Raimundo Nina Rodrigues, Artur Ramos e finalmente René Ribeiro, o menos refinado e mais francamente racista de todos. Remotamente Roger Bastide (1994) analisou, com brevidade, os altos índices de violência e suicídios entre os negros, assim como conferiu ênfase à religiosidade e à produção cultural e deteve-se nos estereótipos antinegros em São Paulo no segundo quartel do século XX. Ao que parece, entendeu que a forte pressão social que xs negrxs passaram a sofrer no pós-escravidão advinha, sobretudo, do fato novo. O estatuto de cidadania formal e republicana estendida axs brancxs pobres, estabeleceu um novo paradigma com o qual xs negrxs tiveram que lidar. A parcela branca da população reagiu sistematicamente para restabelecer sua condição social superior. Ou seja, o racismo antinegrono Brasil do século XX assumiu contornos tanto mais agressivos, quanto mais complexos. Quais sejam: importação massiva de mão de obra europeia, casada com discriminação negativa na contratação de negrxs e outrxs trabalhadorxs nacionais; utilização de técnicas construtivas urbanas que alijaram do mercado os trabalhadores negros altamente especializados na área da construção civil; uso de formas seletivas dissimuladas e em testes de hereditariedades eugênicas como formas de aptidão para a escolarização pública dxs filhxs dxs trabalhadorxs urbanxs; critérios eugênicos também aplicados na saúde mental e na seleção de funcionários para serviços públicos. Em alguns casos, selecionadxs tinham que comprovar que não pertenciam a ramos familiares portadores de sinais de degeneração, degeneração racial evidentemente. São os diários íntimos de Lima Barreto que nos informam que, nas vezes em que esteve internado em manicômios, respondeu a questionários onde figuravam esses quesitos de hereditariedade e degenerência. Assim, naquele novo contexto, a disputa aberta por colocação no mercado de trabalho, na espacialidade citadina e na hierarquia institucional, conduziu as elites brancas e os medianos urbanos, à criação de novas formas de exclusão, confirmadas pelos discursos e testemunhos de exclusividade, apartação e violência. As categorias raciais de outrora receberam sentidos inéditos. O termo “negro-boçal” de outrora cedeu lugar à ideia de que xs negrxs eram inaptos ao trabalho livre. A negra sensual e sexualizada do passado imediato cedeu lugar àquele das mulheres loucas, agora locus da efetivação da profilaxia do discurso médico-sanitário e médicopsiquiátrico. Os poetas e médicos-psiquiatras se especializaram emantropologia física e deslizaram rapidamente para os estudos naturalistas de cultura. Essas práticas racializantes se sofisticaram e migraram para as representações imagéticas e textuais, espetaculares e performáticas. Não sem embates, o teatro urbano abriu um campo fértil para restabelecer proeminência civilizatória da parcela branca da população. O entretenimento urbano, contudo, foi um campo do trabalho de baixo prestígio, que de imediato não interessou aos setores brancos médios. Mas quando a invocação da tecnologia da radiofonia começou a conferir visibilidade e permitir acúmulo social e financeiro axs negrxs nas artes musicais, ameaçando o domínio racial, novas barreiras se interpuseram axs artistas negrxs. Vislumbramos justamente a documentação sonora da disputa desleal que se deu no âmbito social e imaginário e que fez transformar o gênero, antes marginalizado e negro, em símbolo da cultura brasileira. O Samba se tornou também local do conflito e reafirmação da hegemonia cultural branca, como ensejou a pesquisa de Joana Lopes Acuio.4 Talvez o gênero musical não se tivesse tornado ícone da brasilidade, caso sua negritude estética fosse mantida. Uma história exemplar vela por esse conflito desencadeado no bairro de Vila Isabel na cidade do Rio de Janeiro, na qual se enfatiza a silhueta do compositor carioca branco e médico não formado Noel Rosa, em contraste com a omissão da figura do compositor negro Wilson Batista. Voltando à negra maluca e ao Samba do Crioulo Doido, não se tem conhecimento generalizado das inúmeras outras canções de compositorxs negrxs feitas nos anos posteriores e que igualmente contestam tal imagem-síntese do “crioulo doido” cunhada por Ponte Preta. Ile Aye (1974) Bahia, por exemplo, “Somos criolo doido somo bem legal, temo cabelo duro, somo breque pau”. Ou ainda Jansem Rafael (1970) Minas Gerais, em O caçador de cabeças: “Stanislaw que deus o tenha, mas este é o samba do crioulo que realmente endoidou, ao tentar entender a passada, a atual e futura conjuntura. E aderiu a um antigo costume de seus ancestrais, caçar cabeças brilhantes...”. Essa canção evoca um imaginário antropofágico associado axs negrxs e ironiza o autor do “crioulo doido”. São desconstruções como essas que passaram a disputar o imaginário brasileiro ante a persistência dos estereótipos racistas antinegrxs. Em função do poder racial aprendemos que, a um só tempo, negros e negras, devem estrategicamente esconder suas capacidades cognitivas, se quiserem sobreviver ao racismo e adular brancxs benevolentes em nome da conquista de espaço social próprio, ou da manutenção da harmonia social.
A primeira publicação de “Reflexões sobre o racismo” de Jean Paul Sartre no Brasil é justamente de dois anos antes, 1968. Sartre, em diálogo crítico com Frantz Fanon e a poesia da Negritude inaugurada por seu mentor Aimé Césaire, investe sobre a origem e natureza do antissemitismo moderno e do racismo antinegro, e dedica especial atenção ao papel das projeções de imagens estereotipadas na construção do medo e da ojeriza antissemita e antinegra no imaginário da Europa moderna, assim como à sua diferença fundamental. Ora, no caso não há escapatória nem subterfúgios, nem “passagem de linha” a que possa recorrer; um judeu, branco entre os brancos, pode negar que seja judeu, declarar-se homem entre os homens. O negro não pode negar que seja negro, ou reclamar para si esta abstrata humanidade incolor: ele é preto. Está pois encurralado na autenticidade: insultado,avassalado, reergue-se apanha a palavra “preto” que lhe atiraram qual uma pedra; reivindica-se como negro perante o branco, na altivez.5 O pós-guerra colocou setores específicos da intelectualidade ocidental frente-a-frente aos fenômenos do racismo e do antissemitismo. Em simultâneo, neste mesmo pós-guerra, impérios europeus mantiveram investimentos simbólicos e materiais na luta armada pela manutenção de “seus” territórios coloniais. Esta cisão entre o verdadeiramente humano, e o não-humano (nonbeing, segundo Frantz Fanon em Black skin, white masks) se mantém na contemporaneidade, em ambas as margens do Atlântico. As figuras do negro e da negra construídas na forma do grotesco, da caricatura, do ridículo, da estereotipia, da jocosidade, com estigmas associados à raça/cor negras podem ser encontradas em um longo espectro temporal da produção dramatúrgica, teatral, cinematográfica e televisiva brasileira e mundial. Essa teatralidade racista e depreciativa tem como fonte a experiência global do tráfico negreiro e a escravidão, suas modulações criativas se desdobram efusivamente após o século XVIII, até ontem e hoje. Segundo Elikia M´Bokolo (2003), na história cultural da Inglaterra e França, há registros fragmentários da encenação de Oroonoko, um príncipe africano. Trata-se de Oroonoko, or the Royal Slave, peça teatral de autoria da britânica Apha Behn, composta na segunda metade século XVII, e muito popular ao longo do século XVIII, na qual atores brancos eram pintados de preto, para protagonizar a saga do homem africano tentando escapar a escravidão (na colônia de hegemonia britânica, e mais tarde holandesa, do Suriname). Não é possível afirmar que esta prática seja a fonte precisa do fenômeno que se alargou Europa ocidental e posteriormente pode ser visualizado em diferentes espaços da dominação colonial, inclusive, nos EUA e Brasil. Não queremos localizar uma matriz unívoca para um fenômeno racista global, mas é importante considerar que um dos aspectos recorrentes e estruturais da dominação colonial e pós-colonial, tem sido a inserção de conteúdos desumanizadores na representação das populações subsumidas. Stuart Hall (1997) elucida que tais estereótipos reduzem x negrx ao que a hegemonia branca considerava sua essência, um sujeito determinado pela Natureza, desprovido de Cultura. Assim surgem tipos ritualizados dx negrx a partir de sua degradação, idealização, sentimentalização ou infantilização. A cada tipo corresponde um leque de características daquelx que deve – porque é perigosx - e pode ser escravizadx/subalternizadx– porque é “naturalmente” servil. O “corpo racializado” serve de prova cabal daquela natureza animal (244). É em São Paulo, onde o capitalismo brasileiro se mostrou mais inserido e global, que xs negrxs sofreram também uma segunda diáspora com o tráfico interno de escravizadxs e ainda um terceiro deslocamento interno, com fluxo reduzido, não cessou desde a década de 1940. Aqui onde o poder, a renda e o prestígio mostram sinais de exuberância, pompa e gala, que os contrastes sociais assumem imagens e tonalidades de dramaticidade, revolta calada e o negro drama. O grupo de música negra Racionais define o negro drama (2002): “Eu visto preto. Por dentro e por fora. Guerreiro, Poeta entre o tempo e a memória. Ora, Nessa história, Vejo o dólar. E vários quilates. Falo pro mano. Que não morra, e também não mate”.
Percepção das desigualdades e constante frustração mediante a concentração de poder, prestígio, mando e recursos materiais prioritariamente entre xs brancxs de elite, tem produzido na juventude negra um outro tipo de atitude que não apenas conformismo e medo. A cultura artística tem sido um campo explorado pelxs ativistas negrxs em São Paulo desde o século XIX. Por volta de 1870, o ex-escravizado Luiz Gama mobilizava atores, músicos e declamadores negros, para realização de performances públicas, cujo objetivo era sensibilizar a opinião pública para a pauta da abolição da escravatura. Também a Frente Negra Brasileira, organização política da década de 1930, lançou mão de saraus, bailes e bandas musicais como forma de sociabilidade na organização da luta contra o racismo em São Paulo. Aqui se trata de uma outra sensibilidade para além da organização política. Entender o lugar que as representações ocupam na manutenção do racismo antinegro. Combater as formas negativas de representação significa levar o embate antirracista para um campo onde predominam as sutilezas e complexidades. Esse lugar marcado por subjetividades e formas aparentemente inofensivas de discriminação, tem sido explorado pela psicologia social do racismo, que nos informa sobre o desdobramento do sofrimento psíquico em adoecimento mental e físico. Estas caricaturas e representações racializadas foram grandemente difundidas no século XIX e, apesar de contestação recorrente, persistiram de forma mais ou menos ostensiva até meados do século XX. São notórias tais representações populares estereotipadas no Reino Unido (Golliwog) e nos Estados Unidos (Sambo), porém elas também se encontram para além do espaço anglófono, como por exemplo, na Alemanha (Sarotti-Mohr), e nos Países Baixos (Zwarte Piet).6 O Zwarte Piet (Pedro Preto) é comumente “encenado” por umx brancx pintadx de preto, com forte batom vermelho nos lábios, uma peruca de cabelos negros crespos, brincos “de mouro” e vestimenta de um serviçal. Na época da emergência desta caricatura nos Países Baixos (século XIX), a escravidão ainda não tinha sido abolida nas colônias holandesas, e x “escravx domésticx” era um importante símbolo de status no império. A figura do Zwarte Piet mudou desde então, de um malvado punidor de crianças mal comportadas a um alegre entertainer, amigo das crianças. No século XX esta figura foi recorrentemente contestada por negrxs holandesxs, porém se manteve firme e forte, para se tornar o elemento medular do folclore holandês até os nossos dias. Como David Goldberg (2014) afirmou, uma das particularidades mais salientes do racismo nos Países Baixos é que lá o mascote nacional é um blackface. Esta caricatura protagoniza a maior festa nacional. Ao lado e além da tradicional festa natalina como a conhecemos no Brasil, nos Países Baixos há outra festa correlata, na qual o ancião branco Sinterklaas (São Nicolau) chega ao país após longa viagem de navio com partida na Espanha, trazendo presentes para as crianças, que serão distribuídos por seus “ajudantes negros”, os Zwarte Piet. Esta é a grande festa pela qual as crianças holandesas aguardam o ano inteiro, ansiosamente. Ao atracar nos portos das cidades holandesas, Sinterklaas desfila pelas cidades, montado a cavalo, com seu séquito de centenas de Pedros Pretos, que o acompanham a pé, alegres, atrapalhados, engraçados, dóceis e servis. Sinte Pedros permanecem em terra firme holandesa entre Novembro e Dezembro, quando retornam à Espanha, após semanas nas quais o país se empanturra com o ritual de racialização. Durante este período os Pedros Pretos se encontram nas vitrines das lojas, nas escolas, em programas diários de televisão, são tema de música, forma de doces e chocolates, enfim, dominam o espaço público e adentram o espaço privado – primordialmente o infantil, mas não só. Apesar e, por causa de, já canonizado como folclore nacional, o Zwarte Piet tornou-se o catalisador da militância antiracismo nos Países Baixos nos últimos anos. Esta performance antinegra tem sido alvo de sólida crítica e militância do ativismo antirracista – com amplo uso das mídias sociais - que aponta para o silenciado passado escravocrata do imperialismo holandês, e a continuidade de percepções e práticas racistas na contemporaneidade holandesa. No Brasil, onde representações caricaturais racializadas abundam, das mais sutis às mais grotescas, um fenômeno correlato são os Blocos “Nêga Maluca” – além de tema musical como abordamos acima, esta representação ganha corpo também. Para além do Carnaval, a sátira da pedinte negra está presente em programas televisivos, a exemplo de quadros interpretados pelo ator Rodrigo Santana em Zorra Total. No interior da normatividade hegemônica racializada, tais formas de representação quase nunca causam espanto, porém já não passam incólumes. Evidente que x negrx-forma, negrx folclore, negrx arcaicx da cultura popular, sugere a existência de um manancial aparentemente inerte de conteúdos simbólicos, que muitas vezes tem sido explorado pelo teatro nacional, o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna pode ser um exemplo clássico. Em função de um limite cognitivo gerado pelo enraizado racismo que contamina os juízos (não apenas de brancxs), algumxs estudiosxs do teatro creem firmemente que essx negrx-forma é vazix, por isso pode ser preenchidx com os imaginários de brancura supra-humana, pretensamente incolor e universal. Embora saibamos que a cor e o sexo que subjaz à ideia de homem universal, seja masculina e branca. Em tese, a forma máscara do teatro paulista recente, pintada, ou ensejada dx negro-negra, não está diretamente ligada com os seres humanos negros, os descendentes de africanxs, ou aos seres humanos de pele escura no Brasil. Disso, nossos doutos professores de História do Teatro e outras artes são primorosos defensores, e não conseguem conceber teatro e dramaturgia que transversa a fonte grega. Nem sequer ousariam se aproximar de uma “História mundial do teatro” de Margot Berthold (2014), conquanto não perca a perspectiva evolucionista e mantenha a espinha dorsal eurocêntrica, ao menos consegue extrapolar a geografia ocidental. A mesma fantasia de superioridade cultural, que é construção ideológica, circula na Europa. A recente produção holandesa da obra Shakespeareana “A Tempestade” (2014) pelo prestigioso grupo Het Nationale Toneel (O Teatro Nacional), carrega a emblemática personagem Caliban (“um escravo selvagem e deformado”)7 , encenada por um ator branco em dreadlocks, corpo e cara pintados com talco branco, reforçando ainda a falsa premissa da simetria entre o sujeito branco e o negro, como se todas as máscaras tivessem o mesmo valor simbólico na escala do H/humano. Assim apaga-se, em um só ato, a associação escravidão e raça negra, em voga ainda no início do século XVII, quando Shakespeare escreveu a peça, e nos dias de hoje. Sistematicamente, estx negrx-forma é preenchidx em um movimento pretensamente a-político e pós-racial. A estereotipia, dir-se-ia, não é tão importante quanto a morte sistemática de jovens negrxs nas periferias dos grandes centros urbanos onde a diáspora africana se encontra, porém a comparação é falsa. Não há como dissociar a violência cognitiva da física. Os índices de assassinatos deste contingente populacional no Brasil são assustadores. Segundo o Mapa da Violência 2014, “do total de 56.337 homicídios ocorridos no Brasil em 2012, 57,6% tiveram com vítimas jovens com idade entre 15 a 29 anos. Destes, 93,3% eram homens e 77%, negros”8 . Ao se produzir ou perpetuar a desumanização dx negrx brasileirx, potencializa-se e se naturaliza o genocídio. A morte simbólica dxs negrxs no teatro coincide com sua morte física e social pelas forças de segurança pública e privada, efetivadas por milícias e grupos de extermínio. Ainda no Brasil, um teatro sobre negrxs sem negrxs ou com apenas um negrx, também se pode ver na recente produção de Antunes Filho, tematizando Lima Barreto. Desde 1905, com publicação de “Os negros” de Lima Barreto, se pressupõe uma escrita para corpos e mentes negras em cena. Desde lá há uma escrita e uma cena teatral brasileira e negra, invisibilizada por uma história-memória europeizante, de uma Europa supostamente unicamente branca. No entanto, temos uma criação dramatúrgica e teatral negra ao longo do século XX e ainda hoje há uma produção vigorosa, embora de pouca proeminência midiática. Pistas a seguir são os escritos sobre Thereza Santos, Eduardo Oliveira, Raimundo Souza Dantas, Guerreiro Ramos ou Abdias do Nascimento. Recentemente pode-se também acessar o site da Revista Menelik 2 Ato, ler os livros “(Em) Goma- dos pés a cabeça, os quintais que sou” das Capulanas, Cia de Artes Negras. Ainda se pode pesquisar temas correlatos na recém publicada revista do grupo teatral negro Crespos, que seja, “Em Legítima Defesa”. Ainda, a saber as produções teatrais protagonizadas por grupos como Coletivo Negro, Quizumba, Cia dos Comuns, Bando de Teatro Olodum, entre outros. Estes são indícios de que a brancura do teatro brasileiro está com os dias contados. Entretanto a classe artística paulista, acomodada em sua condição de exclusividade, como elite intelectual branca e brancocêntrica estará disposta a fazer contato? Quando a intelectualidade brasileira terá a coragem para mergulhar verdadeiramente nesse campo tão delicado e, ao mesmo tempo, tão violento, da construção cultural da nossa sociedade? Há que se ter audácia para confrontar seus privilégios construídos histórica e diariamente; há que se ter humildade e disposição para se abdicar deste lugar referencial. Refletindo sobre as máscaras, a dos Fofos em particular, em termos teatrais, podemos definir tais representações negativas dxs negrxs como tradição? Em sendo uma tradição, deve por isso ser perpetuada? Enquanto escrevemos este ensaio, na outra margem atlântica, o Comitê para a Eliminação de Discriminação Racial das Nações Unidas, afirmou no âmbito de sua avaliação sobre os Países Baixos, que a persistência do blackface holandês não se justifica simplesmente por ser tradição, já que é uma caricatura racializada.
Ao se manter tais tradições e alimentarmos formas de representação racializadas, estamos dispostos a admitir que, efetivamente, somos sociedades racistas? Isso, ao contrário do que sustentam, no caso brasileiro, Ali Kamel (2006) e Demétrio Magnolli (2009), e seus adeptos? A mesma mitologia do não-racismo está arraigada tanto na cultura popular como acadêmica holandesa. Esta ignorância convicta e pretensa inocência são sintomáticas da hegemonia branca. No Brasil, um discurso recorrente destinado a manter essa dominação intacta, tende a acusar ativistas negrxs de estarem constituindo um tribunal racial via mídias sociais. Esta evocação de uma mobilização negra fora de controle atualiza um temor social surgido no contexto da escravidão racial.9 A onda negra virá em forma de tribunal racial? Algumas dessas perguntas devem ser feitas à classe intelectual e artística nacional, logicamente sem esquecer o quanto esta é, ela mesma, hegemonicamente branca. Qual lugar o racismo antinegro ocupa na produção cultural contemporânea? Até quando a classe artística e intelectual dominante, por vezes não branca no tom de pele, mas na forma de conceber arte e cultura e também o mundo, vai reagir de forma infantilizada e se fechar sobre si mesma? Uma vez acuada no alto do seu castelo transparente, vai gritar a plenos pulmões que sua liberdade criativa está em risco, que a rua e a internet agora estão cheias de negonas e negões raivosos querendo seu escalpo ou seu lugar na cena? Há aqui uma reprodução daquela mesma fobia antinegra que transborda na linguagem, emerge na máscara, e expulsa a bala da arma.
Ou será essa classe, na contramão da herança histórica, capaz de abrir um debate franco sobre a ausência de negros e negras nos espaços de criação, produção, veiculação e gestão de arte e cultura? Admitirá que alguns dos seus pressupostos estéticos contém equívocos, distorções e maniqueísmo raciais? Os gestores de cultura e a classe artística irão se abrir para entender o fenômeno novo do ativismo negro em rede e seu impacto sobre as formas de propagação das representações racistas antinegras? Será que isso, como foi alegado, é “o mesmo que censura”, ou seja, uma experiência política de controle de informação exercido por um órgão do poder estatal, tal como foi nas Ditaduras? Quando setores sociais tradicionalmente excluídos utilizam as formas de comunicação e pressão que estão ao seu alcance para denunciar ou coibir algo “normal”, porém moralmente condenável, estão efetivamente censurando? Miriam Garcia (1993) no desvelador e inaugural “O negro no teatro brasileiro”, nos informa como personagens negras foram entrando (sem estar) na produção teatral brasileira, desde as obras de Joaquim Manoel de Macedo e Martins Pena. Onde negrxs apenas eram sombras, figuras sem nome de escravizadxs que sequer recebem uma rubrica, mas tão somente menções vagas e desqualificadoras nas bocas de personagens humanxs (quer dizer, brancxs). Há, de um lado, uma história gloriosa e evolucionista do teatro universal (ocidental) que é ensinada nas escolas e universidades brasileiras. De outro lado, há uma narrativa que prima pela imagem da cultura brasileira como lugar de ausências e incapacidades, nesse caso o “Panorama do teatro brasileiro” de Sabato Magaldi (1962), é um verdadeiro testemunho de complexo de inferioridade. Uma escritarebuscada e melancólica tipicamente presente em certas produções e memórias daquele brasileiro branco, que alimenta a percepção de si como sendo “europeu no exílio”. Atualmente em São Paulo, até mesmo dramaturgxs negrxs situadxs nesses lugares parecem impotentes, insuficientemente eficazes na menção às criações dramatúrgicas negras e incorporação ao seu repertório, ou para trazer à escolarização artística as reflexões poucas, mas importantes sobre o tema, como por exemplo, Roger Bastide (nos anos 1970) a ideia de que há um teatro negro popular no Brasil, que pode se configurar nos dramas encenados nas festividades natalinas, como Congados, por exemplo. Talvez, no futuro, algumxs professorxs incorporem, ainda que tardiamente, ao menos um universalismo revisto como de Margot Berthold. Não causa espanto a reação emocionada de produtorxs culturais brancxs normalmente favorecidxs por uma visão distorcida de mérito, que produz e circula com apoio do mecenato público (leis de renúncia fiscal) e privado, de institutos e fundações de corporações financeiras. A normatividade social e política também se expressa no campo da produção, circulação e gestão da cultura. Parece natural a invisibilidade da população negra quando se trata de habilidades consideras exclusivas das elites. Aqui então se encontra uma mudança significativa, um sinal de novos tempos. Setores da juventude negra urbana cada vez mais escolarizada e cosmopolita, proficiente em circuitos da cultura digital e intrigada com a permanência do racismo, começam a cavoucar as camadas duras do conformismo. De outro lado, o sistema simbólico de enunciação identitária negra elaborado pelos movimentos negros nocampo da arte e da política, por vezes em ambos, nos transcursos do século XX, começa a ser reconfigurado pelas demandas de cidadania de um espectro muito mais amplo da sociedade brasileira, negra em sua grande maioria. Nesse sentido, o desconforto da elite branca paulista é apenas sintoma, prenuncio reativo e precoce, das mudanças estruturais que serão demandas, mais adiante. Até recentemente, o ativismo negro brasileiro fundamentou-se, grosso modo, na relação direta no interior dos partidos políticos e apostou na integração progressiva e gradual da população negra, por meio das instituições, na sua assimilação nas estruturas estatais e da escolarização. Funcionou como mediador entre os anseios das velhas e novas elites políticas pós-ditadura e a população negra, que a cada ano e eleição transcorrida percebe como o jogo da tradicional democracia se serve da manutenção racial da exclusividade e hegemonia das elites brancas. Obviamente há alternância de prestígio, poder e mando, mas aos descendestes de africanos as barreiras cedem um espaço aqui e logo se erguem novas discriminações acolá. Justamente porque nesse caso ao racismo antinegro, além de ser um desdobramento da cultural colonial e escravista, fez por se tornar um dos pilares estruturais das desigualdades. Parece que não há mágica capaz de fazer desaparecer o racismo antinegro, sem mudar as formas basilares que constituem a ordem dessa sociedade. Por quase meio século xs democratas negrxs no intestino dos grêmios políticos de orientação ideológica ambidestra, seguiram carregando seus anseios integracionistas para dentro das instituiçõesfragilmente democráticas, até que uma mentalidade racista reemergiu de forma desavergonhada e ameaçadora. Cremos, contudo, estarmos agora diante do que Clovis Moura (1989) em “Sociologia do negro brasileiro”, designou “dinâmica sociopolítica negra”, uma nova forma de articulação política e social que oferece um desafio para o racismo antinegro e também coloca em cheque as velhas formas do ativismo negro do século XX. Um ativismo negro descentralizado e múltiplo, que aparentemente alimenta certo descuido proposital para com as formas institucionalizadas de agir e pensar, não estando atrelado às fundações, governos, ONGs ou Partidos Políticos. Suas lideranças fazem ampla utilização das ferramentas digitais e, em sua maioria, parecem ter formação escolar formal. Seus discursos evidenciam acessos a diversas fontes enunciadoras de pertencimento, seja religiosidades ou artes, sejam fontes oriundas dos EUA, África, Europa, Salvador ou São Luis do Maranhão. Nos Países Baixos, simultaneamente, e de maneira correlata – digital e face-a-face, inovadora e fiel ao arquivo anticolonial e antirracista global, desobediente da institucionalidade - a militância negra está instituindo novos modos de afrontar a racialização da estereotipia antinegra, tirando máscaras, desvendando a violência cognitiva e física, com altivez, não docilmente.


Referências bibliográficas AZEVEDO, E. Orfeu de Carapinha: A trajetória de Luiz Gama na imperial cidade de São Paulo. Campinas: Ed. da Unicamp, 1999.
MAIO, M. C.; SANTOS, R. V. Raça, Ciência e Sociedade. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/CCBB, 1996. 
ANDREWS, G. R. Negros e Brancos em São Paulo (1888-1988). São Paulo: Edusc, 1991. 
BARRETO, L. Diário Íntimo (1903-1921). Versão para e-book. EBooksBrasil. Fonte digital: Ministério da Cultura. Brasília: Fundação Biblioteca Nacional. http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/intimo.pdf. Acessado em 22/03/2016. 
BASTIDE, R. Sociologia do Teatro Negro Brasileiro. In: QUEIROZ, M. I. P. (Org.). Roger Bastide: sociologia. São Paulo: Ática, 1983. ______________. Estereótipos de Negros através da Literatura Brasileira. Estudos Afrobrasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983. 
BERTHOLD, M. História mundial do teatro. Trad. de Maria Paula Zurawsdi, J.Guinsburg, Sergio Coelho e Clóvis Garcia. São Paulo: Perspectiva, 2001. 
GOLDBERG, D. T. Racisms in Orange: Afterword. In: ESSED, P.; HOVING, I. (Orgs.) Dutch Racism. Amsterdã, Nova Iorque: Editions Rodopi, 2014. KAMEL, A. Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. MAGALDI, S. Panorama do teatro brasileiro. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1962. 
MAGNOLI, D. Uma gota de sangue: história do pensamento racial. São Paulo: Contexto, 2009. 
MARTINA, E. A.; SCHOR, P. Ordem Branca: A Racialização do Espaço Público (Reflexões Sobre o Caso Holandês). Revista Transversos, 2016. 
M’BOKOLO, E. África negra: História e Civilizações, até o século XVIII, tomo I. Lisboa: Vulgata, 2003.
MENDES, M. G. O negro e o teatro brasileiro (1889 e 1892). São Paulo: Hucitec, 1993. MOURA, C. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1989. 
MUNANGA, K. Negritude afro-brasileira: perspectiva e dificuldades. Revista de antropologia, nº 133, FFLCH/USP, 1990, pp. 109–118. __________. Construção da identidade negra: diversidades e contextos e problemas ideológicos. In: CONSORTE, J. G.; COSA, M. R. da. Religião, Política, Identidade. São Paulo, série Cadernos PUC, EDUC, 1988. 
RACIONAIS MCS- Negro Drama. CD- Nada como um dia após o outro. São Paulo: Cosa Nostra, 2002. 
SILVA, S. J. da. Polifonia do protesto negro: Musicalidades negras no Brasil, século XX. Dissertação de Mestrado em História Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2000. 


Notas * Possui graduação (1997), Mestrado (2000) e Doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005) com estágio no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Atualmente tem contrato de trabalho por tempo indeterminado da Fundação Santo André e é Consultor da Secretaria de Educação do Município de São Paulo. E-mail: sallomasallomao@gmail.com ** Possui graduação na Escola de Administração de Empresas de São Paulo - Fundação Getúlio Vargas (1992), Mestrado no International Institute of Social Studies - Erasmus University Rotterdam (1996) e é doutoranda no Departamento de Humanas - Utrecht University, tendo sido pesquisadora associada ao Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa (grupo Deslocalizar a Europa). Trabalhou como Encarregada de Programas na África Lusófona, na Novib – Oxfam Netherlands. E-mail: p.schor@uu.nl 1 FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008. p. 108. 2 WALCOTT, R. The problem of the Human: Black ontologies and "the coloniality of our being". In: BROECK, S.; JUNKER, C. (Orgs.) Postcolonialtity - Decoloniality - Black Critique: Joints and Fissures. Frankfurt e Nova Iorque: Campus Verlag, 2014. p. 93.
3 HALL, S. Representation: cultural representations and signifying practices. Londres, 1997. p. 245. 4 ACUIO, J. L. Wilson Batista: relações na cidade e jeitos de fazer samba. Dissertação de Mestrado em História Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2012. 5 SARTRE, J. P. Reflexões sobre o racismo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968. p. 108. 6 PIETERSE, J. N. White on black: images of Africa and blacks in western popular culture. New Haven e Londres: Yale University Press, 1992. 7 SHAKESPEARE, W. The Tempest. Londres: Penguin Books, 1995. p. 23. 8 PUFF, J. 'Genocídio' de jovens negros é alvo de nova campanha da Anistia no Brasil. BBC Brasil, 09/11/2014. 9 AZEVEDO, C. M. M. Onda Negra, Medo Branco: O Negro no Imaginário das Elites do Século XXI. São Paulo: Annablume, 2004.
Projeto História, São Paulo, n. 56, pp. 69-91, Mai.-Ago. 2016.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Jair Guilherme Refaz os caminhos da diáspora reversa.


Jair Guilherme Filho, São Paulo, 1963.
Artista visual e professor de arte. Mestre em Estética e História da arte pela USP.
Desenvolve pesquisas em arte africana, antropologia visual, arte barroca, fotografia e técnicas de desenho, pintura e modelagem em cerâmica no Balaio Ateliê situado em sua própria residência na periferia da zona sul de São Paulo. Acompanha as manifestações artísticas, sociais e culturais que acontecem nesse território e colabora para fortalecer as práticas antirracistas e combater aquela que são antidemocráticas na atualidade.

TINTA ACRÍLICA SOBRE TELA 2017 E 2018
100 X 150 CM
ACERVO SAMBA DO MONTE

IBEJI

EWA


IEMANJÁ


XANGO

OBÁ

OGUN

OSSAIN

OXALÁ

OXOSSI

OXUMARÉ

OXUM


NÃNÀ


EXÚ


Omolu. Jair Guilherme Filho. SP . A questão a ser colocada é como resinigficar com a devida atenção  e relevância os vários conteúdos trazidos dos mananciais civilizatórios, introduzidos por pessoas africanas no Brasil? Como fugir as convenções e clichês de negritude difundidos pela indústria do entretenimento nos últimos 80 anos? Como dar relevâncias e conceitos estético-filosóficos tornado menos importante, a partir de uma hierarquia de matriz eurocêntrica?
Jair Guilherme tem acesso a vários conteúdos das formas africanas de expressão plástica. Ascendeu de uma perspectiva escolar e eurocêntrica para uma quebra radical dos paradigmas nos quais foi formado. Recomeçou do zero e ainda assim tem tido tempo e energia para empreender praticas inovadoras não só no sue seu trabalho, como estender suas descobertas, como pratica educativa aos seus alunos/as da rede publica de educação da Zona Sul da Capital Paulista.  Essa condição assumida de intelectual orgânico e engajado, afro-diasporicamente posicionado, tal como sugerido por Stuart Hall em Da Diáspora. 
Uma arte negra é antes de qualquer coisa, fundamentada filosoficamente em uma percepção insurgente e insubmissa de criatividade. Não foi por acaso que artistas africanos e negros se aproximaram dos modernismos, sem ser plenamente absorvidos por ele. O modernismo, artisticamente situado a partir da Europa e EUA é ainda uma ruptura ensejada, mas no interior da própria expansão ocidental.
As filosofias religiosas africanas reconfiguradas nos quilombos e senzalas por africanos/as que professavam diferentes cosmovisões permitiu que recebêssemos potes arranhados, furados, quebrados, mas as recombinações dos cacos, qual seja, interpretações dos signos, provérbios, células rítmicas, cânticos, orações, invocações, instrumentos musicais, corpos e  objetos sacros têm nos levado a compreensões sofisticas e complexas, tão complexas quanto as próprias civilizações africanas, antes que fossem tocadas pelo colonialismo.
Então, visitar estes materiais construídos pelos espíritos originários e colocar em estado de alerta nossa capacidade de invenção de novos mundos. Contudo ao fazermos isso, também acendemos a ira do poder.
Jair trabalha com diversos materiais e técnicas: Pintura, colagem, escultura em madeira e modelagem me cerâmica. Com suas produções já participou de festival de Artes no Marrocos em uma primeira viagem ao continente africano.
Sua pesquisa passou nos últimos tempos por diferentes conteúdos advindos da museologia africana no Brasil, como os acervos do Museu Afro Brasil, MaSP e MAE-USP. Sendo sua preocupação quase que constantemente voltada as possibilidade de adequação de processos de autonomia criativa, para alunos/as do ensino básico público.

Nesse caso retornar ao aos velhos símbolos largamente conhecidos do candomblé de matriz Iorubá e lixar a superfície para obter novos contornos, relevos e cromatismos nos parece muito válido. Não é a mesma coisa já apostadas por prosélitos dessa ou daquela casa, nem é a velha ideia construídas por Raymundo Nina Rodrigues da existência de uma hierarquia civilizatória entre nagôs e bantus.               
Jaír merece nosso apreço,  nosso aplauso, nosso reconhecimento coletivo por tudo que já fez e faz pelas artes negras e da quebrada. Por mostrar um caminho de investigação constante, uma busca pela beleza de inspiração advindas dos complexos culturais dos quais somos herdeiros e sobretudo manter os pés sujos da lama da beira do rio Mboy.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Movimento Brasil Livre e suas Tramas. Por Micael Soares

Micael Soares, de São Paulo

Nascido em São Paulo  1996, cursou Relações Internacionais, esteve muito ligado aos movimentos que surgiram desde os protestos dos 20 centavos em 2013. Tendo adotado visão mais crítica a eles, se posicionou  e começou a estudar a suas redes de manipulação da opinião pública, voltada para a juventude. 

Na época a qual este texto está sendo escrito, o Movimento Brasil Livre já gozou e decaiu do status de maior força política na internet e talvez em termos de financiamento sem ser ao mesmo tempo um partido, com sites páginas de facebook do diretório nacional e de diretórios locais que estão desde subrregiões da cidade São Paulo, até municípios e bairros vizinhos, com suas lojas de merchandising virtual onde canecas, canetas, revistas, todo tipo de portfólio partidário, livros e revistas podem ser adquiridos.
Grupos de whatsapp e telegram organizam o movimento localmente, repassando informações para seus membros pelos meios de comunicações digital enquanto uma força tarefa na internet mantém a estrutura do movimento funcionando de maneira lisa, como um relógio, e youtubers, além influenciadores virtuais de todas as idades (mas principalmente jovens brancos de classe média ou alta) espalham "a palavra".
Conexões foram estabelecidas com todos os partidos da direita e extrema direita brasileira, seja liberal, conservadora ou em partidos sem ideologia que defendem interesses de certos grupos oligárquicos brasileiros, criando uma eficiente e sólida infraestrutura, o que leva a perguntas como: “De onde vem o dinheiro para construir tal estrutura?” e “Como ela se expandiu tanto?”

Inicialmente temos dois grupos que levaram a fundação do MBL, o primeiro sendo a filial brasileira de uma ONG estadunidense chamada "Students for Liberty, a qual os fundadores do MBL Fábio Ostermann e Juliano Torres faziam parte, e também a Atlas Network, uma grande organização não governamental ideologizada que tem como seu maior objetivo a divulgação do chamado "liberalismo clássico" ou "Libertarianismo" pelo mundo, financiando grupos com o dinheiro de pesados bilionários membros do mesmo, incluindo o Departamento de Estado norte americano, assim possibilitando que seus grupos financiados tenham como custear para que sua palavra se espalhe pelo mundo. Seus grupos financiados no Brasil são o MBL, o Instituto Liberal de São Paulo, o Instituto Atlantos no RS, o Instituto de Estudos Empresariais, a rede "instituto de formação de líderes" presente em três estados diferentes do Brasil, entre outro os quais compartilham uma matriz econômica em comum.

Todos estes grupos possuem um ideal econômico considerado quase que por consenso como retrógrado, eugenista e excludente, que é o liberalismo total, contra o sistema de bem estar social, contra cotas, contra até mesmo o sistema de saúde pública, pela privatização de todos os serviços públicos, escolas, enfim, um retorno ao século XVII. Geralmente adotado por pessoas sem qualificação acadêmica, nele temos um desdém até pela mais mínima questão social, uma desqualificação por conceitos que sejam identificados como “de esquerda” (mesmo que sejam ideias já abrangentes em todo o espectro político), e uma desqualificação da atuação do estado, em campos como saúde, educação, e até mesmo em campos mais técnicos como leis de trânsito ou regulamentações de segurança no trabalho e na produção de bens de consumo, como um dos textos acoplados a este mostra, certos libertários são contra a proibição da direção sob o efeito de álcool . Nas manifestações de 2013 nasceu então o Movimento Brasil Livre, o qual era na teoria independente da Atlas Network e acabou ganhando certo reconhecimento ao ser um dos movimentos envolvidos que tinham pautas de direita liberal.

O Movimento, já estabelecido, continuou suas operações e em 2014 conseguiu concentrar apoio proveniente de jovens de classe média e classe alta, principalmente do sudeste, devido ao cenário propenso a expansão de tal ideologias devido ao desgaste do PT, os escândalos de corrupção sendo cada vez mais explícitos e a operação lava jato em progressão, porém como sabemos hoje a própria operação foi direcionada principalmente ao PT para ajudar a criar tal terreno. Logo o MBL foi identificado pelo jornal El País como uma "Vanguarda" contra o PT, de certa forma era uma tentativa de construir no Brasil o que houve na chamada "Revolução Egípcia", contra o Ditador Mubarak, o qual foi derrubado em muito devido a coordenação de jovens utilizando da internet para organizarem-se contra o aparelho repressivo do Estado. Em 2015 a jornalista conceituada Marina Amaral destrinchou o começo efetivo da ofensiva de direita que estava a começar pelo país, tendo seu evento mór sido o "Fórum da liberdade" no Rio Grande do Sul, com a presença de figuras como Marcelo Van Hattem, Benê Barbosa, Jorge Gerdau, William Waack, Hélio Beltrão, entre outros, e como Marina Amaral demonstra em seu artigo "A nova roupa da direita" houve um direcionamento de forças para o que viria em seguida, não seria como em 2013 com vários movimentos lutando por causas diferentes, ás vezes até entre si, ou grupos universitários em busca de mais direitos e pautas progressistas, seria um direcionamento apenas, financiado com um cheque em branco de grandes oligopólios empresariais, com apoio amplo da mídia e com uma organização comunicacional impecável para a derrubada do PT e a instalação de uma política liberal ainda mais extrema do que a vista durante o governo FHC nos anos 90, um liberalismo antigo, ultrapassado e ineficiente para o país, mas extremamente proveitoso para antigas elites as quais tomariam parte neste processo.

E aconteceu, mas não como o planejado. Já com denuncias em 2016 sobre como partidos como o DEM e o PSDB estavam financiando o movimento, já com críticas e críticas sobre o viés da operação lava jato e sobre o processo de Impeachment, o impeachment foi aprovado e parecia, pelo menos para o MBL, que o caminho estava aberto para a volta da antiga ordem, os quadrinetos dos escravistas do império, os bisnetos dos oligarcas da república velha, os filhos dos empresários do golpe de 64 poderiam assumir e praticar sua ideologia novamente, a antiga ordem política havia conseguido modernizar seus métodos sem modernizar sua ideologia, e o caminho parecia aberto. O MBL, tendo nascido de dentro do status quo, tendo ficado eternizado em 27 de maio de 2015 com a foto tirada no dia da protocolação do impeachment de Dilma Roussef onde Kim Kataguiri aparecia junto a tantas velhas figuras da polícia em volta de Eduardo Cunha, não contou com uma coisa, uma figura atrás de Kim, a direita de Cunha, o qual representava não exatamente esse ideal liberal reacionário, mas sim os restos da ditadura militar, Jair Messias Bolsonaro.

O impulso criado pelo MBL e seus grupos similares, financiados pela Atlast Network, pelo Students for Liberty e por uma burguesia nacional retrógrada acabaram sendo efetivos, mas não na direção imaginada pelos seus “think tanks” . O anti petismo foi tanto, o Macartismo foi tão irracional, o ódio as mais básicas políticas assistencialistas foi tão forte que os que apoiavam tais movimentos não se contentaram com uma volta aos anos 90, foi criada uma onda de nostalgia pela ditadura militar, pela tortura, pelo desrespeito ao divergente e pelos direitos humanos, criando um cenário onde ironicamente os idealizadores de tal cenário eram “moderados” demais para ele.

Sendo assim, em 2018 o ano eleitoral chegou, o MBL apresentou seu candidato "perfeito", Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, denunciado por trabalho escravo e adotando uma retórica conservadora devido a agora concorrência com Jair Bolsonaro, mas a idéia foi derrubada, a própria base do MBL força o grupo a troca-lo por um apoio formal ao Jair Bolsonaro. João Amoedo, outro representante da anarquia econômica liberal, outro dos engomadinhos de Ipanema apoiados pelos empresários da Oscar Freire, também foi neutralizado pela crescente, puljante, nostalgia da ditadura militar vindo da base de apoio, a qual era formada principalmente por brancos, sudestinos e sulistas, elitistas no pensamento, da classe média e da classe alta em São Paulo, o que por fim, no momento que Bolsonaro apontou o liberal da escola de Chicago e Pinochetista Paulo Guedes como ministro da fazenda, completou o casamento entre as duas ideologias: Nostalgia da ditadura militar, com políticias econômicas ainda mais neoliberais e eugênicas que as aplicadas durante os anos 90, e um ódio macartista a qualquer ideal, pensamento e partido que pudesse ser interpretado como esquerda, o que levou até certos grupos de direita e extrema direita a colidirem por não serem considerados "de direita" o suficiente.
E nesse cenário Jair Bolsonaro foi eleito.

Fontes:
Quem financia o MBL, jornalista independente
A Nova roupa da direita, agencia pública
Partidos políticos teriam financiado o MBL, Gazeta de Piracicaba
Não é uma banda de indie-rock, é a vanguarda anti-Dilma, El país
A foto de Kim, Cunha e Bolsonaro no dia da protocolação do impeachment
Texto do Intercept em inglês sobre a influência da Atlas Network na américa latina e como ajudou a diminuir a influência de governos progressistas
https://theintercept.com/2017/08/09/atlas-network-alejandro-chafuen-libertarian-think-tank-latin-america-brazil/

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Salloma Salomão bancas e CV Lattes

By Marco Aurélio Olímpio

Salomao Jovino da Silva

Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/7881261009549464 ID Lattes: 7881261009549464
Última atualização do currículo em 09/04/2019

Possui graduação (1997), Mestrado (2000) e Doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005) com estágio no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Atualmente tem contrato de trabalho por tempo indeterminado na Fundação Santo André. Consultor da Secretaria de Educação do Município de São Paulo, tem experiência em produção e gestão cultural e formação acadêmica e continuada de professores na área de História, com ênfase em História do Brasil Império e República, atuando principalmente nos seguintes temas: Culturas musicais de origem africanas; Dramaturgia e teatro negros; Políticas e práticas culturais negras no século XIX e XX; Identidades étnicas e movimentos negros urbanos; Sociabilidades negras em São Paulo; e Musicalidades africanas. Suas produções mais recentes tratam de Dramaturgias e teatros Negros no Brasil em parcerias com os Grupos Coletivo Negro e Cia Capulanas de Arte Negras.Músico e professor, pesquisador de Cultura Negras, Afrodiaspóricas e História da África. 6 Cds gravados, 3 dvs, dois livros autorais e colaborador de revistas e grupos de pesquisa acadêmica e artísticos sobre culturas musicais africanas e afro-brasileiras, dramaturgia e teatro negros. Produz e executa eventos artísticos de temática negra e afrodiaspórica. Trabalha na Fundação Santo André, ministrando Aulas na Graduação e Pós em História e Relações internacionais. Consultor da Secretarias Municipais e Estaduais de Educação para projetos de formação continuada de professores. Desenvolve os seguintes temas: Culturas musicais de origem africanas, Dramaturgia e teatro negros, Políticas e práticas culturais negras no século XIX e XX, Identidades étnicas e movimentos negros urbanos, Sociabilidades negras em São Paulo e Musicalidades africanas. Premio Ruth de Souza de Dramaturgia Negra em 2006. Autor encenador de A arca de ébano (2015), 3 Miltons (2016) e Agosto na cidade Murada (2018), com estreia prevista para Agosto do corrente ano, no auditório Instituto Itaú. Consultor dos grupos teatrais Cia Capulanas de Arte Negra, Coletivo Negro, Coletivo Quizumba, Grupos Clariô, as Benditas, Cia do Faroeste, Crespos e mais recentemente do grupo Trança de teatro de Sorocaba e do grupo Treme Terra de danças negras contemporâneas e do espaço Cultural Aparelha Luzia. (Texto informado pelo autor)
Identificação
Nome
Nome em citações bibliográficas Lattes iD

Endereço
Endereço Profissional
Salomao Jovino da Silva SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da;SILVA, S. J.
http://lattes.cnpq.br/7881261009549464
Fundação Santo André, Fafil. Av. Príncipe de Gales, 821
Bairro Príncipe de Gales 09060650 - Santo André, SP - Brasil - Caixa-postal: 09060650 Telefone: (11) 49793300

URL da Homepage: http://www.fsa.br
Formação acadêmica/titulação
2001 - 2005
Doutorado em História (Conceito CAPES 4).
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
com
período sanduíche em Instituto de Ciências Sociais Univ.Lisboa (Orientador: José Machado Pais).
Título: Memorias sonoras da noite: Fragmentos de musicalidades africanas no Brasil nas iconografias e relatos do século XIX, Ano de obtenção: 2005.

Orientador: Maria Antonieta Martinez Antonacci.
Bolsista do(a): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq,
/
1997 - 2000
Brasil.
Palavras-chave: Musica e identidade étnica; Escravidão e práticas culturais negras no século; Musicalidades negras no Brasil.
Grande área: Ciências Humanas
Grande Área: Ciências Humanas / Área: História.
Setores de atividade: Educação Superior; Edição, Impressão, Reprodução e Gravação Industriais de Jornais, Revistas, Livros, Discos, Fitas, Vídeos e Filmes.
Mestrado em História
(Conceito CAPES 4).
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
Título: A polifonia do protesto negro: Práticas culturais e musicalidades negras em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador-1970-80.,Ano de Obtenção: 2000.

Orientador: Maria Odila Leite da Silva Dias.
Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil.
Palavras-chave: Negritude e musicalidade; Movimentos culturais negros; Musica e identidades negras.
Grande área: Ciências Humanas
Setores de atividade: Produtos e Serviços Recreativos, Culturais, Artísticos e Desportivos; Educação Superior; Edição, Impressão, Reprodução e Gravação Industriais de Jornais, Revistas, Livros, Discos, Fitas, Vídeos e Filmes.
Graduação em História.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
Título: Entre o batuque e o reggae: mercado de musica e movimentos de negritude em São Paulo nos anos 80.
Orientador: Maria do Rosário da Cunha Peixoto.

Estagio Doutorado- Investigador Visitante.
ICS e ISCTE, Lisboa, ICS e ISCTE, Lis, Portugal.
1993 - 1997
Formação Complementar
2004 - 2004
Atuação Profissional
Prefeitura de São Paulo, PMSP, Brasil.
Vínculo institucional
2014 - Atual Vínculo: Consultor, Enquadramento Funcional: Edital de prestação de serviço
Outras informações Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Diretoria Regional de Educação, Campo

Limpo. Consultoria para formação continuada de professores, Educação das Relações Étnico-Raciais, aplicação da lei 10.639/2003. Projeto A ARCA DE ÉBANO.
Fundação Santo André, FSA, Brasil.
Vínculo institucional
2009 - Atual Outras informações
Vínculo: Celetista formal, Enquadramento Funcional: Contrato de trabalho por tempo determinado, Carga horária: 5
O curso Lato Sensu em História, Cidade, Cultura e Ensino visa contribuir na atualização e capacitação do profissional da área de história, partindo de uma integração entre ensino e pesquisa. 12o Módulo Brasil-África: Culturas e Interpretações
Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.
Vínculo institucional
2006 - 2006
Instituto Paulo Freire, IPF, Brasil.
Vínculo institucional
2006 - 2006
Vínculo: Colaborador, Enquadramento Funcional: Professor Pos Graduação Lato Sensu- NEAB, Carga horária: 5
Vínculo: Pretação de serviço, Enquadramento Funcional: Consultor, Carga horária: 40
Prefeitura Municipal de Itapecrica da Serra, PMIS, Brasil.
Vínculo institucional
2005 - 2005
/
Vínculo: , Enquadramento Funcional: Diretor Museu Histórico e da Memória, Carga horária: 40
Prefeitura Municipal de São Paulo, PMSP, Brasil.
Vínculo institucional
2000 - 2002 Vínculo: Celetista, Enquadramento Funcional: Coordenador de Centro Cultural do Jabaquara, Carga horária: 20
Universidade Bandeirante de São Paulo, UNIBAN, Brasil.
Vínculo institucional
2002 - 2003
Outros Projetos
2010 - 2010
Vínculo: Celetista, Enquadramento Funcional: Professor História, Carga horária: 40
Curso gratuito de férias - Negritude e Marxismo
Descrição: Resumo: Curso de férias Negritude e Marxismo propõem abordar os legados intelectuais, políticos e culturais africanos e da diáspora, no século XX construídos sobre conceitos métodos e referências de Karl Marx e seus principais interlocutores.. Situação: Concluído; Natureza: Outra.
Alunos envolvidos: Graduação: (75) .

Integrantes: Salomao Jovino da Silva - Integrante / silva, salloma salomão Jovino - Coordenador / jose carlos gomes da silva - Integrante / Julio Narano Moracen - Integrante / Eduardo Antonio Bonzatto - Integrante.
Periódico: https://www.editorafi.org/estudosafricanos
Grande área: Ciências Humanas / Área: História / Subárea: História do Brasil/Especialidade: História do Brasil Império.
Compreende Bem, Fala Bem, Lê Bem, Escreve Bem.
Compreende Bem, Fala Pouco, Lê Razoavelmente, Escreve Pouco. Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Razoavelmente.

1o Lugar. II Concurso Nacional de Dramaturgia Ruth de Souza. Texto teatral: Memórias Sonoras da Noite., Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo..

Artigos completos publicados em periódicos
Ordenar por
Ordem Cronológica
1. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Viola d?Angola: Som de raiz. Temas Brasileiros, Edição Especial Temática, No3: Novas pesquisas brasileiras refazem o retrato da Presença Negra. Revista Historia Viva. São Paulo: Editora Duetto, Março, 2006, São paulo, 2006.
Livros publicados/organizados ou edições
1. 2. 3.
SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. EM GOMA dos pés a cabeça , os quintais que sou- Cia capunas de Arte Negra. 1. ed. São Paulo: Capulanas Cia de Arte Negra, 2011. v. 10000. 144p .
SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Brotas - Um Quilombo em itatiba-SP. 1. ed. Itatiba: Berto editora, 2010. v. 1. 113p .

SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da; AZEVEDO, S. J. S. E. A. M. . Um mundo preto paulistano. São Paulo: Aruanda Mundi, 1999.
Capítulos de livros publicados
1. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. As Marimbas de Debret: Presença musical africana na iconografia brasileira

oitocentista. In: Pais, José Machado Pais( Coordenação).. (Org.). Sonoridades Lusos Afro-brasileiras, Estudos e investigações
No32. lisboa: Editora do Instituto de Ciências Sociais da Un. de lisboa, 2005, v. , p. -.
2. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da; DA, A. A. M. E. S. S. J. . Os sons que vem das ruas. In: Elaine Nunes

Andrade. (Org.). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Selo Negro, 1999, v. , p. -.
Trabalhos técnicos
1. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Lei 10639- Um salto para o futuro- TVE RJ. 2006. (Programa de rádio ou
TV/Entrevista).
Redes sociais, websites e blogs
1. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Mosaico Negro Brasileiro. 2010; Tema: Cultura diaspóricas negras. (Blog).

Demais tipos de produção técnica
  1. FELINTO, R. A. ; SILVA, J. C. G. ; SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da . Artes Negras- Música. 2015. (Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Material didático).
  2. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Introdução a História da África , da diáspora e das relações raciais no Brasil.. 2011. (Curso de curta duração ministrado/Extensão).
  3. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. {Em} Goma. Dos pés a cabeça, os quintais que sou.. 2011. (Editoração/Livro).
  4. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Negritude e marxismo. 2010. (Curso de curta duração ministrado/Outra).
  5. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. ONNIM- Capulanas Cia de Artes Negras- Corpo, Identidades e Saúde. 2010.
    (Curso de curta duração ministrado/Outra).
  6. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. A sala de aula no Atlãntico negro. 2009. (Curso de curta duração
    ministrado/Extensão).
    Produção artística/cultural
Bancas
/
Mestrado
  1. BARATA, D.; ARAGAO, P. M.; SILVA, S. J.; CUNHA, N. V.; LICHUGE, E.. Participação em banca de Viviani Fernandes de
    Lima. Praça Onze e Congo Square: territórios musicais abandonados e cobiçados. 2018. Dissertação (Mestrado em Programa
    de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  2. SALLES, P. P.; PINTO, I. V.; SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Leandro Pfeifer. Ecos da
    paulistânia na educação: processos de inclusão da diversidade musical em contextos de formação. 2016. Dissertação
    (Mestrado em Pós-graduação da Escola de Comunicação e Artes) - Universidade de São Paulo.
  3. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Joana Lopes Acuio. Jeitos de tirar Samba- Wilson
    Batista e poética urbana-. 2012. Dissertação (Mestrado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
  4. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Pedro Figueiredo Alves da Cunha. Capoeiras e
    valentões na história de São Paulo. 2011. Dissertação (Mestrado em História Social) - Universidade de São Paulo.
  5. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Carina Pacheco Teixeira. Tensão negra no pós abolição
    na cidade do Rio de janeiro: Políticas públicas do estado e reistência. 2011. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas e
    Formação Humana) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  6. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de helena Francisco Machambisse Gaspar. Autoridades
    comunitárias no desenvolvimento local- Moçambique. 2010. Dissertação (Mestrado em Curso de Mestrado e Doutorado da
    UERJ) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  7. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de marcelo rodrigues de lima. Entre lutas, sambas e
    resistências: sociabilidades musicais dos blocos afro do subúrbio ferroviário de Salvador nos últimos decênios do século XX.
    2010. Dissertação (Mestrado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
  8. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Fabrício dos Santos Mota. Guerreiros do Terceiro
    Mundo: Identidades Negras na Música reggae da Bahia( anos80-90). 2008. Dissertação (Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos) - Universidade Federal da Bahia.
Teses de doutorado
  1. Siva, Salomão Jovino; SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da; peixoto, maria do rosário cunha; ANTONACCI, M. A.;
    CRIPA, I. A.. Participação em banca de Marilu Santos Cardoso. Musicalidades Brasileiras Expressões, vivências, relações, tensões e resistências no cenário musical urbano dos anos de 1960-1990. 2019. Tese (Doutorado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
  2. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Maria Aparecida de Oliveira Lopes. História e memória do negro em São Paulo. 2007. Tese (Doutorado em Historia) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
  3. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em banca de Amailton Magno Azevedo. Memória Musical de Geraldo Filme: Os Sambas e as Micro-áfricas em São Paulo. 2006. Tese (Doutorado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Qualificações de Doutorado
1. peixoto, maria do rosário cunha; AZEVEDO, Amailton Magno; SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Participação em

banca de Marilu Santos Cardoso. Arte na contramão da lógica da sociedade autoritária. 2018. Exame de qualificação (Doutorando em Programa de Estudos Pós-Graduados em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Qualificações de Mestrado
1. BARATA, D.; GAMA, Z. J.; SOUZA, M. L.; SILVA, S. J.. Participação em banca de Maurício Wilson Camilo da Silva. A disputa

de Terra: um constrangimento entre o Estado e os Nativos do Regulado de Djaal - Bissal - Guiné Bissau/Oeste África. 2018. Exame de qualificação (Mestrando em Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Trabalhos de conclusão de curso de graduação
1. SAVIETTO, M. C.; SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da; PEREIRA, M. B.. Participação em banca de Mateus

Zangali.Moradores de rua da cidade de São Paulo: memórias reveladas, histórias resgatadas (1994-2013). 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Centro Universitário Fundação Santo André.
Eventos
Participação em eventos, congressos, exposições e feiras
  1. arte-e-sociedade-a-representacao-do negro.Representações e estereotipias negras no teatro paulista. 2015. (Seminário).
  2. XI Congresso de História do ABC. Algumas perguntas sobre os limites da ulitlização do termo cultura popular. 2011.
    (Congresso).
  3. II Seminário nacional Africanidades e Afrro-descendência.Música Afro na educação.. 2010. (Seminário).
  4. I Colóquio Internacional Saberes da diaspora africana No Brasil. As tradiçoes musicais negras brasileiras. 2009. (Congresso).
Participação em bancas de trabalhos de conclusão
/
  1. II Colóquio Interrnacional "Amazônias, as Áfricas e as Áfircas na Pan Amazônia". A sala de aula no Atlântico negro. escolarizando temática da diáspora.. 2009. (Congresso).
  2. II Forum Estadual Eduacação e Diverisdade étnico racial.áfrica e Brasil negro no ensino básico.. 2009. (Outra).
  3. III Semena da África: dinâmicas sociais, Políticas e Culturais na contemporaneidade..Intecâmbios entre e África Brasil. 2009.
    (Seminário).
  4. Seminário Internacional Áfricas. Historiografia africana e ensino de História.O Atlântico negro na sala de aula. 2009.
    (Seminário).
  5. Prog Multidisciplinar de Estudos Étnicos eAfricanos.Violas DÁngola: Sobre viagens e miragens de música africana no Brasil
    dos oitocentos. 2008. (Seminário).
  6. Sonoridades Luso Afro Brasileiras. As marimbas de debret. 2003. (Congresso).
  7. Seminario Museu da Cultura Afro-brasileira.Seminario: Museu nacional da Cultura Afro-brasielira, Ministerio da Cultura ,
    Brasilia, novembro. 2002. (Seminário).
  8. Simpósio de História e Musicalidades inter-étnicas.Exposição: vestígios e permanências de musicalidades africanas no Brasil
    no século XIX. 2001. (Simpósio).
Orientações
Orientações e supervisões em andamento
Trabalho de conclusão de curso de graduação
1. 2. 3.
José Eduardo Rosa. Sindicalismo e negritude- Como as centrais sindicais tratram as questões ento-raciais-1975/1995. Início: 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Fundação Santo André. (Orientador).
Marcio de Castro. Com quantas vozes se faz um coro: O intrínseco entre teatro de grupo e movimento sindical. Início: 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Fundação Santo André. (Orientador).

Talita M. Salviano. Identidades e memórias de trabalahdores fabris no ABC. Início: 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Fundação Santo André. (Orientador).
Orientações e supervisões concluídas
Monografia de conclusão de curso de aperfeiçoamento/especialização 1. Arthur Alves da Silva. ?Consolidação do Espiritismo como religião no Brasil. 2010. Monografia.
(Aperfeiçoamento/Especialização em História) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
Trabalho de conclusão de curso de graduação
  1. Gabriela Pool Cattai. Novas Perspectivas sobre as relações Brasil-Chile nos anos 1960-1970. 2014. Trabalho de Conclusão de
    Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino
    da Silva.
  2. Augusto Lopes Ferreira. Cultura Rastafari e mundialização do gênero musical reggae.. 2014. Trabalho de Conclusão de
    Curso. (Graduação em História) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  3. Paula Serafim Gomes. Internacionalização das problemáticas indígena brasileiras. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso.
    (Graduação em Relações Internacionais) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  4. José Eduardo Rosa. Negritude e Sindicalismo-Anseios negros na construção da C.U.T.. 2014. Trabalho de Conclusão de
    Curso. (Graduação em História) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  5. Luana Cavalcanti Augusto. A luta contra o apartheid.. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Relações
    Internacionais) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  6. Juliana Cesar. Escravidão e a luta pela liberdade negra nos Estados Unidos da América.. 2013. Trabalho de Conclusão de
    Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino
    da Silva.
  7. LAIS NAOMI AKAMINE. A DESOBEDIÊNCIA CIVIL, SUAS INFLUÊNCIAS E VALORES NA PERSPECTIVA DE HENRY DAVID
    THOREAU. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Centro Universitário Fundação
    Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  8. WESLEY DE SOUSA SILVA. A GERAÇÃO BEAT E A INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA CONTRACULTURA MUNDIAL NAS
    DÉCADAS DE 1950 E 1960. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Fundação
    Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  9. Thamy Flores Ribeiro. Escravidão nos Estados Unidos e Brasil: Memória de Frederick Douglass. 2013. Trabalho de Conclusão
    de Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Salomao
    Jovino da Silva.
  10. MARIANA SANCHES. RESTAURAÇÃO E INFLUÊNCIAS OCIDENTAIS NO JAPÃO: DO SHOGUNATO AO PERÍODO MEIJI. 2013.
    Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao
    Jovino da Silva.
  11. Carlos Vinícius Varhidy. Souza Dantas- Escritos diaspóricos de um diplomata negro brasileiro na África em ebulição.. 2012.
12.
Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em História) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
/

/
Mauricio Penha de Carvalho. CANÇÕES DE LATINIDADE: BRASIL E CHILE NA MÚSICA URBANA DOS ANOS 1960 E 1970. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  1. LAÍS DE LEIROS MEDEIROS. NEGROS NA PÓS-ABOLIÇÃO NO ABC PAULISTA. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em História) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  2. RAFAEL LEMES DOS SANTOS. RAP: O SOM QUE INCOMODA. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em História) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  3. FERNANDO JORGE BARBOSA FERRO. Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a educação nas relações de cooperação entre Cabo Verde e Brasil. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Relações Internacionais) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
  4. CINTIA VIDEIRA HOLANDA. LEI 10639: CONHECENDO AS EXPECTATIVAS PARA TRANSFORMAR O ENSINO.. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em História) - Fundação Santo André. Orientador: Salomao Jovino da Silva.
Educação e Popularização de C & T
1.
1. 1.
1.
Redes sociais, websites e blogs
SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Mosaico Negro Brasileiro. 2010; Tema: Cultura diaspóricas negras. (Blog). Artes Cênicas
SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Os negros_uma lacuna. 2012. Teatral. SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da. Tres Miltons Negras Utopias. 2016. Teatral.
SILVA, ́Salloma ́ Salomão Jovino da; Souza, Marina Mello . Aurora Negra. 2013. Diversas.
Musica
Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 08/06/2020 às 18:17:40 






Marangon Thalita Banca do meu TCC. Ano de 2018. Fundação Santo André. História. Título: "Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte: Ialodê - Mulheres de Partido Alto".

Cleber Santana Cleber de Oliveira Santana
Titulo da dissertação: Ê gente que samba! Práticas culturais e sociabilidades na cidade de Aracaju/SE
Defesa realizada na PUC/SP em 2011.



 Luciano Mendes de Jesus - Tanscriações de Tradições: Presença e Movência de Elementos de Africanidades em Cenas de Poéticas Diaspóricas - ECA/USP (Via Google Meet) - 15/04/2020 - banca de qualificação de doutorado


Guilherme Botelho Guilherme Machado Botelho.
Título da Dissertação: Quanto Vale o Show? O fino rap de Atahalyba‐Man.
Instituto de Estudos Brasileiro (IEB-USP). 04/12/2018.



Rafael Galante A minha banca de mestrado😉
Data da defesa: 19.12.2014
"Da cupópia da cuíca: a diáspora dos tambores centro-africanos de fricção e a formação das musicalidades afro-brasileiras"
Ver mais
Da cupópia da cuíca: a diáspora dos tambores centro-africanos de fricção e a formação...
TESES.USP.BR
Da cupópia da cuíca: a diáspora dos tambores centro-africanos de fricção…
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Lindinalvo Natividade Lindinalvo Natividade. Defesa mestrado em políticas públicas e formação humana - UERJ, 2012.


Marcelo Vitale Salve Salloma Jovino Salomão!! Uma honra a sua presença na minha qualificação e defesa de mestrado! Agradeço muito por toda essa caminhada: Título: Territórios Negros em Trânsito: Penha de França - Sociabilidades e Redes Negras na São Paulo do Pós Abolição. Data: 22 de outubro de 2018. Marcelo Vitale Teodoro da Silva.







Igor Valvassori Igor Santos Valvassori, FFLCH-USP, Mestrado em Geografia Humana - Qualificação e Defesa Final - "Som de Valente: bailes negros em São Paulo". Quali em início de 2017, defesa final em dezembro de 2018. https://www.teses.usp.br/.../tde-22032019-103557/pt-br.php
Som de Valente: bailes negros em São Paulo
TESES.USP.BR
Som de Valente: bailes negros em São Paulo


Geinne Monteiro Meu TCC :) Geinne Monteiro de Souza Guerra. Geografia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH- USP). TGI (Trabalho de Graduação Integrado). Título: "Pacífico negro colombiano: territorialidades e os movimentos negros de 1980 e 1990". 2018-03-07. Link:http://www.tcc.sc.usp.br/.../8021104/tce-18022019-081013/...
Pacífico negro colombiano: territorialidades e os movimentos negros de 1980 e ...
TCC.SC.USP.BR
Pacífico negro colombiano: territorialidades e os movimentos…
Pacífico negro colombiano: territorialidades e os movimentos negros de 1980 e ...

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Ricardo Plácido Ricardo do Ó Plácido. Título da Dissertação de Mestrado: Territórios Negros: Cartografias e Etnicidades na Experiência do Rap Paulistano. DIVERSITAS - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerância e Conflitos (FFLCH-USP). Data da defesa: 23/09/2019. Disponível em: https://www.teses.usp.br/.../8161/tde-02122019-152750/en.php
Territórios negros: cartografias e etnicidades na experiência do Rap paulistano ...
TESES.USP.BR
Territórios negros: cartografias e etnicidades na experiência do Rap…